
O III Fórum Estadual de Educação e Diversidade Étnico-Racial do Maranhão foi realizado nos dias 17 e 18 de junho, no auditório do Ministério Público do Maranhão, em São Luís. O evento reuniu representantes da sociedade civil organizada, movimentos sociais, gestores públicos, professores e membros de comunidades tradicionais de diferentes municípios para discutir desafios e perspectivas na construção de políticas públicas voltadas à promoção da igualdade racial no estado.
A ação é uma iniciativa do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico-Racial do Maranhão (FERDERMA), que completou 20 anos de atuação no último dia 3 de junho. O FERDERMA é responsável por articular a sociedade por meio de processos formativos continuados que priorizam as questões étnico-raciais, com foco na elaboração de proposições e estratégias para a implementação da Lei 10.639. Essa lei torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos currículos escolares de todas as escolas públicas e privadas do ensino fundamental e médio, promovendo a efetivação de uma educação antirracista no estado.
Para a secretária adjunta da SEMED/São Luís, Ilma Fátima de Jesus, as políticas públicas em nível estadual e municipal foram profundamente afetadas em 2016, após o golpe que levou Michel Temer à presidência da República e o consequente contingenciamento do orçamento da educação.
“Com o golpe, muitas políticas foram deixadas de lado a partir de 2016. Por exemplo, a supervisão que abarcava, de forma específica, a educação indígena, a educação de jovens e adultos, a educação especial e a educação do campo foi reduzida a uma única supervisão, com uma estrutura menor. Nós tínhamos, só na supervisão, sete profissionais trabalhando. Depois, o que aconteceu? Essa supervisão passou a cuidar de tudo: da educação escolar indígena, da educação especial e da educação escolar quilombola”, analisou Ilma, que, além de secretária adjunta, é integrante do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico-Racial do Maranhão. Ela participou do programa Dedo de Prosa na quarta-feira, 18/06, para tratar do tema.
Segundo ela, o momento atual é de reconstrução, por meio de ações interseccionais. Ilma relatou que o estado conta com articulações com a Coordenadoria Municipal de Promoção da Igualdade Racial, a Escola de Governo, a Secretaria Municipal de Saúde e a Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (FUMPH), com o objetivo de promover uma educação antirracista.
“É importante transversalizar, ter essas ações que são interseccionais e intersetoriais, que se interrelacionam com a educação. Então, nós temos ações importantes”, concluiu.
Confira a entrevista completa do Dedo de Prosa com Ilma Fátima de Jesus.