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Dirigentes do futebol maranhense afastaram torcida dos estádios

Torcedores estão sendo afastados do Castelão | Foto: Divulgação

O Sampaio Corrêa teve uma média de púbico maior que o do Flamengo, no ano de 2012.

Os jogos da Bolívia Querida na quarta divisão (Serie D) daquele ano de 2012, realizados no Nhozinho Santos e no Castelão, tiveram mais torcedores que os jogos do rubro-negro carioca na Série A.

Uma reportagem publicada no site da UOL, detalhou esse assunto. Em 2012, o Sampaio Corrêa foi o campeão brasileiro da Série D. Ali a média de público do clube maranhense foi maior que o de 17 das 20 equipes disputaram a Série A.

Mas esse fato ocorrido em 2012 não foi um fenômeno isolado. A partir de 2013 e nos anos seguintes – quando o Sampaio Corrêa foi da quarta para a segunda divisão do Brasileiro – o time maranhense se manteve com uma das maiores médias de público do país.

Vários jogos do Sampaio na década passada, contra times desconhecidos, juntavam mais de 15 mil pessoas em São Luís.

Há pouquíssimo tempo o Sampaio tinha uma das maiores médias de público do país

Festa sem público

Lembramos do cenário vivido há pouco tempo para registar que nos últimos anos a torcida maranhense foi se afastando dos estádios.

A final do Campeonato Maranhense de 2024, realizada no último dia 15 de junho, foi um fiasco de público.

O jogo foi realizado no Estádio Castelão, em São Luís, entre Sampaio Corrêa e Maranhão.

O clássico Samará, a decisão de um campeonato, com toda a tradição do Bode Gregório (o Demolidor de Cartazes) e da Bolívia Querida, reuniu apenas 1.135 torcedores pagantes.

E a festa do 37º título estadual do Sampaio Corrêa ocorreu num Castelão vazio.

Pesquisa

O problema evidentemente não passa pela falta de torcida pelos times locais.

As pessoas com as camisas do Sampaio que hoje estão longe das arquibancadas seguem sendo vistas diariamente em São Luís, circulando nos mais diferentes pontos da cidade.

Uma pesquisa feita no ano passado pelo Instituto Exata, divulgada pela Agência Tambor, revelou o tamanho do apelo popular do Sampaio Corrêa na cidade de São Luís.

Feita no mesmo mês que o Sampaio completou cem anos de vida, a pesquisa ainda evidenciou que o Moto Clube segue sendo uma força social respeitável e que o MAC também tem seu espaço em São Luís.

Leia também: PESQUISA CONFIRMA! Sampaio Corrêa é um patrimônio cultural

Sem clima

O problema está na atual incapacidade dos dirigentes de mobilizar a cidade (ou parte dela) em torno do futebol local.

E não adianta falar da fata de dinheiro ou desrespeitar o torcedor, dizendo que ele é “modinha”.

Futebol é antes de tudo amor e paixão. São sentimentos que precisam ser permanentemente acalentados.

Hoje falta clima no futebol maranhense. Falta empolgação, confiança, sedução. Os dirigentes não conseguem aproximar os times de suas torcidas.

Além disso, jogos de futebol são eventos e precisam ser promovidos e bem organizados.

O campeonato maranhense, além da desordem promovida pelos dirigentes, é como um circo que chega em uma cidade quase em segredo.

O público recorde do Castelão é de 98.720 pagantes. Ele foi registrado num jogo ocorrido em setembro de 1998, em uma partida válida pela Copa Conmebol, uma semifinal entre Sampaio Corrêa e Santos.

Enfim, torcida sempre teve e continua tendo. É preciso capacidade para mobilizá-la.

Sem competência para envolver e criar pontes com o que há de mais importante nesse esporte depois da bola, os estádios seguirão vazios e o futebol maranhense cada vez mais decadente.

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beto ehong

muito bom, vale considerar tbm o desinteresse da grande mídia local em apoiar o esporte, o poder público tbm, mas ta tudo no pacote da incompetência geral.


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