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Campo de Perizes submetido a desastre social e ambiental

Foto: Adriano Almeida

O problema começa por um violento desmatamento. E o prejuízo prossegue comprometendo a pesca em quatro munícipios maranhenses, provocando insegurança alimentar, além da perda de renda e trabalho, na região do Campo de Perizes.

O desastre se deu após a instalação de uma linha de transmissão de energia, pela empresa Energias do Brasil (EDP), ligando o continente a ilha de São Luís, onde fica a capital do Maranhão.

Para falar sobre este assunto, o Jornal Tambor (31/07) de segunda-feira entrevistou Júlia Zenni e Carla Dias. Além da entrevista a Agência Tambor recebeu vídeos com os relatos dos pescadores.

As duas são advogadas. Júlia é especialista em Direito Processual Civil e Carla tem mestrado em Desenvolvimento Socioespacial e Regional.

(Veja, ao final deste texto, a edição completa do Jornal Tambor com a entrevista de Júlia Zenni e Carla Dias)

De acordo com as advogadas, foi desmatada uma área de 56 hectares para a construção da linha de transmissão em 2020.

Desde então, 51 comunidades, entre elas territórios quilombolas dos municípios de Santa Rita, Itapecuru, Bacabeira e Anajatuba estão sendo bastante afetadas.

Leia Também: População de Alcântara é 87% quilombola

Carla afirmou que “quando um empreendimento chega em qualquer lugar acaba causando um impacto gigantesco”.

Ela enfatizou que a chegada da linha da EDP Brasil afetou a principal atividade econômica dos moradores, que é a pesca. E informou, inclusive, que “na época das construções a empresa passava tratores e entupiu vários igarapés”.

Pescador fala do sumiço dos peixes na região do Campo de Perizes, logo após a chegada da obra da EDP Brasil.

Segundo as denúncias de pescadores da região, a produtividade dos açudes, após as obras da EDP Brasil, caiu em torno de 70%. A garantia da sobrevivência tornou-se um drama para muitos.

As advogadas relataram que em 2021 foi aberto um processo contra a EDP Brasil na Justiça Estadual. No entanto, sem avanço, até o momento. A ideia inicial é que seja feito um reflorestamento.

Foto: Adriano Almeida

O outro lado

A Agência Tambor entrou em contato com a EDP Brasil. Tentamos falar por e-mail e também pelo Instagram. Questionamos sobre os temas levantados pelas duas advogadas, buscando saber a posição da empresa, o que a EDP Brasil tem a dizer sobre o assunto.

Aguardamos um posicionamento, por mais de 24h. Até o momento da publicação deste texto, não tivemos qualquer retorno. Quando houver manifestação da empresa, nós abriremos o espaço, atualizando esta matéria ou com uma nova postagem.

(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Júlia Zenni e Carla Dias)

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