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Zona rural de São Luís pede socorro!

Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
30/01/2020

No Plano Diretor, que deve ser votado ainda este trimestre, há proposta de redução de 41% da Zona Rural de São Luís. Maria Máxima Pires, lavradora, moradora tradicional da Comunidade Rio dos Cachorros e integrante da Rede de Mulheres Extrativistas do Maranhão, conversou com o jornalista Emilio Azevedo e a professora Rejane Galeno sobre esse tema que gera o desenvolvimento predatório nas áreas rurais, degradando o meio ambiente e prejudicando os moradores da região.

“Não conseguimos entender um desenvolvimento expulsando um povo da terra, degradando o meio ambiente, sem políticas públicas, sem oportunidade de trabalho”, evidenciou. “Os pobres, negros, os extrativistas, os pescadores, não tem nenhum ganho com isso. Nem social nem ambiental”, disse a lavradora. 

Ela destacou o processo violento do desenvolvimento nas zonas rurais que beneficiou apenas os empresários. E como, em nome desse suposto progresso, houve o extermínio dos rios e nascentes. Segundo ela, os dados do governo estadual apontam que na região em que vive e nasceu existiam 130 nascentes. Atualmente esse número foi reduzido para menos de dez. “A gente morre com esses rios e lamenta que nossos netos não vão ter o privilégio de desfrutá-los”, protestou. 

Além disso, a entrevistada destacou a importância da reserva extrativista de Tauá-Mirim. Maria Máxima comentou como ela é vital para as populações tradicionais e ludovicenses, sendo o “pulmão” de São Luís. “Se a mudança da lei acontecer, com o Plano Diretor, é como se tivessem nos abortando”, alertou a extrativista.

Maria Máxima também ressaltou sobre a Feira da Resex, em parceira com a Apruma (o Sindicato dos Professores da UFMA), que visa dar visibilidade aos produtores rurais, expondo o resultado do seu trabalho. O evento deve acontecer ainda no mês de março. “É um pedido de socorro às pessoas que não têm conhecimento dessa grandiosidade que é a Zona Rural”, salientou. “É para dizermos que estamos aqui, que nós existimos, que somos trabalhadores que merecem viver onde nasceram”.

Ouça a entrevista completa em nosso TamborCast:

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