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Comunidade Gostoso/MA sofre com ameaças em seu território

Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
23/07/2020

O Maranhão é constituído por conflitos de terras que perpassam anos e afetam diversas famílias tradicionais de todo estado. A comunidade rural de Gostoso, em Aldeias Altas, vive, atualmente, um dos reflexos dessas disputas territoriais. 

Para falar sobre o tema, o advogado da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), Diogo Cabral, e o integrante da Coordenação da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Ronilson Costa, participaram do Radiojornal Tambor, nesta quinta-feira (23).

Os entrevistados destacaram os principais pontos que envolvem os conflitos por terra no Maranhão e comentaram sobre as decisões judiciais que favorecem as grandes empresas que buscam esta apropriação.

Em uma destas decisões judiciais, o juiz da 2a Vara Cível de Caxias, proibiu que as comunidades de Gostoso e Patis, que dividem o mesmo território, plantem e colham naquela região.  

De acordo com Diogo Cabral, no Maranhão há duas maneiras de apropriações de terra: a grilagem, que é um mecanismo difundido em todo o Brasil, e também o uso sistemático de ações judiciais, ações de manutenção e reintegração de posse. “O Poder Judiciário do Maranhão tem uma relação direta com essa situação”, destacou. “Há uma relação direta entre pobreza rural e conflitos agrários”, completou o advogado.  

Eles também apontaram que as diversas ameaças à comunidade Gostoso estão diretamente ligadas com a instalação do grupo Costa Pinto na região. 

Segundo Ronilson Costa, a empresa atua no Maranhão desde a década de 70 e seu retorno ao estado, por volta de 2004, travou um novo conflito em Aldeias Altas. 

“Hoje quem detém o poder econômico são os mesmo grupos que detém o poder da terra. Quem detém o poder jurídico e político também são as mesmas pessoas que decidem sobre a vida das comunidades tradicionais do Maranhão”, evidenciou o integrante da CPT.

Ouça a entrevista completa em nosso TamborCast.

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