
Se depender da vontade da Equatorial, a partir de agosto os maranhenses enfrentarão um aumento de 21,37% na conta de energia elétrica. Caso o reajuste seja aprovado, o estado com a menor renda média do Brasil passará a ter a quarta tarifa mais cara do país (R$ 0,869/kWh).
Diante desse cenário, o Sindicato dos Urbanitários do Maranhão (StiuMA) lidera a campanha “Diga Não” e, como parte das ações de enfrentamento à proposta, esteve presente na Audiência Pública da Revisão Tarifária da Equatorial, realizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), na quinta-feira (12/06), em São Luís.
Embora a revisão dos valores esteja prevista no ciclo tarifário do contrato de concessão dos serviços de distribuição de energia, a entidade sindical alerta que é imprescindível questionar o índice proposto. Durante a discussão pública, o sindicato apontou diversos aspectos preocupantes.
O dirigente do sindicato e advogado Guilherme Zagallo, presente na reunião, comparou o reajuste previsto para o Maranhão com outros já concedidos pela ANEEL em 2025, que mantiveram uma média de 2,43% de aumento.

Diante da inflação média anual de 5,32% no Brasil e, principalmente, do lucro líquido de R$ 3,7 bilhões da concessionária em 2024 — valor que representa uma alta de 31% em relação ao ano anterior — o sindicato questiona: o que justifica o índice proposto? Vale lembrar que, somente no primeiro trimestre de 2025, a Equatorial Energia já contabiliza um lucro líquido de R$ 411 milhões.
“Não há base técnica nem social para impor esse aumento à população maranhense, sobretudo aos mais pobres, que já convivem com tarifas elevadas e um serviço apenas regular”, afirmou Zagallo.
Vâner Almeida, também dirigente sindical do StiuMA e funcionário da Equatorial, também posicionou-se contra o reajuste, denunciando que a medida penaliza duramente os consumidores — especialmente os trabalhadores e as famílias de baixa renda, que já enfrentam dificuldades para pagar as contas mensais. Ele também questionou o repasse de todos os gastos e investimentos da empresa para a conta do consumidor.
Os representantes sindicais aproveitaram para destacar os indicadores negativos de qualidade do serviço prestado pela Equatorial — como o DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) e o FEC (Frequência Equivalente de Interrupção). A empresa ocupa atualmente a 35ª posição no Índice ANEEL de Satisfação do Consumidor, entre as 51 concessionárias avaliadas.
O StiuMA esteve presente também com a participação de seu presidente, Rodolfo Cesár, e dos dirigentes George Coutinho e Claudilson Estanislau, além de funcionários do sindicato.