Giovana Kury, da Agência Tambor
11/12/2019
Um levantamento feito pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) apontou que, entre 2009 e 2019, 35 indígenas foram assassinados no Maranhão. Do total de mortos, 26 pertenciam à etnia Guajajara.
Leia também: “Vários caciques estão marcados de morte”, diz indígena Guajajara
Na última década, o ano com o maior número de mortes foi 2016, com 11. Em 2013 e 2014, não houve nenhum assassinato de indígenas no Maranhão.
Neste ano de 2019 já se contam três: o de Paulo Paulino Guajajara, no dia 1º de novembro, durante uma emboscada no TI (Território Indígena) de Arariboia; e os de Firmino Prexede Guajajara e Raimundo Benício Guajajara, no TI de Cana Brava, ocorridos no último dia 7.
As três lideranças assassinadas neste ano pertenciam à etnia Guajajara – população que enfrenta, há anos, invasões e ameaças de madeireiros, pescadores e caçadores em seus territórios. Os números refletem as consequências desses conflitos constantes: da 35 mortes da última década, 26 eram indígenas Guajajara. A segunda etnia com mais assassinados é a Kapo’or, com 3.
Do total de assassinatos, 19 ocorreram dentro de Territórios Indígenas. A maioria em Cana Brava (6) – habitado por Guajajaras – e Arariboia (5) – habitado por Guajajaras, Awá Guajás e Awás isolados.
Fora de TIs, foram 16 assassinatos. Destes, três ocorreram em Barra do Corda e três em Alto Alegre do Pindaré, os dois municípios com os maiores índices.