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Instituto homenageia legado de Manoel da Conceição

Um grande passo foi dado para manter viva a história e o legado de Manoel da Conceição, militante histórico em defesa de uma sociedade mais justa e igualitária.

Ativista de terra para quem precisa e nela trabalha e de uma vida mais digna para todos.

A cidade de Imperatriz, ganhou na última sexta-feira (05/04), o Instituto Manoel da Conceição, uma ferramenta de preservação do legado do ‘companheiro Mané’, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e articulador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Sob a coordenação geral de Maria Querobina, entre as finalidades, o Instituto atuará no sentido de preservar a memória de Manoel, além de contribuir para o fortalecimento da agricultura camponesa e construção do bem viver.

O Instituto visa também a promoção da educação, formação, capacitação e assessoria político-pedagógica, promoção do intercâmbio com outras organizações e entidades, além de criar organismos educacionais e culturais destinados a promover o ensino e a cultura em todos os seus níveis.

O legado

Manoel da Conceição, político, ativista brasileiro e símbolo da resistência à Ditadura militar brasileira. Nasceu em 24 de julho de 1935 em Coroatá (MA) e faleceu em 8 de agosto de 2021, aos 86 anos, na cidade de Imperatriz (MA).

Em 1960, participou de um curso do Movimento de Educação de Base (MEB), que tinha como temas, o sindicalismo, a política e o cooperativismo. Com a ajuda de outros trabalhadores rurais criaram 28 escolas com o intuito de alfabetizar os trabalhadores da região de Pindaré.

Nessa época, também ajudou a criar o primeiro Sindicato de Trabalhadores Rurais do Estado do Maranhão, que foi fundado em 18 de agosto de 1963, em Pindaré-Mirim. Sendo ele o primeiro presidente.

Com o Golpe Militar de 1964, o exército ocupou a sede da entidade por 60 dias e cerca de duzentos trabalhadores rurais da região foram presos e depois liberados.

Manoel da Conceição | Foto: Marcelo Cruz

Na época em que José Sarney era o governador do Maranhão, eleito pela União Democrática Nacional (UDN), lhe ofereceu vantagens materiais para que mantivesse o silêncio. No entanto, Conceição se recusou e respondeu com uma frase que ficou famosa: “Minha perna é minha classe”.

No início da década de 70, centenas de pessoas foram presas na região de Pindaré-Mirim e Manoel Conceição, preso em Trufilândia (MA), foi levado para o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), em São Luís.

Em 24 de fevereiro, foi encaminhado para o quartel da polícia do exército, no Rio de Janeiro, onde foi torturado. Depois foi levado para o Centro de Informações da Marinha (CENIMAR), onde foi torturado, inclusive nos órgãos genitais.

Após sete meses de tortura, foi para Fortaleza, apresentado à auditoria militar, em setembro de 1972.

As torturas só foram interrompidas, quando o Papa Paulo VI enviou um telegrama ao general Ernesto Geisel, pedindo por sua vida e exigindo libertação.

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Desse modo, em 11 de dezembro de 1975, foi libertado e colocado sob a proteção da Anistia Internacional, que providenciou sua partida para Genebra, na Suíça, em março de 1976.

A partir do início da década de 1990, ajudou a criar o Centro Nacional de Apoio às Populações Tradicionais (CNPT), a Reserva Extrativista do Ciriaco. Também criou a Rede Frutos do Cerrado em vários municípios do Maranhão, diversas cooperativas de pequenos produtores rurais no Sul do Maranhão, a União Nacional de Cooperativas da Agricultura Familiar de Economia Solidária (Unicafes) e a Central de Cooperativas do Maranhão.

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