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Madeireiros no Maranhão! Território Indígena Arariboia é invadido por criminosos

Os guardiões da Floresta encontraram madeiras serradas próximo à aldeia Cururu e um depósito de madeira à céu aberto. | Foto: Cimi Maranhão

Na última terça (25/06), Guardiões da Floresta do Território Indígena Arariboia, no Sudoeste do Maranhão, flagraram mais um crime ambiental cometido por invasores.

Foram encontradas madeiras serradas próximo à Aldeia Cururu e um depósito de madeira à céu aberto próximo à Aldeia Vilarins.

A TI Araribóia, segunda maior área indígena no Maranhão, com aproximadamente 15 mil indígenas vivendo em uma área de cerca de 413 mil hectares é constantemente invadida e violada.

Abrangendo os municípios de Arame, Amarante, Bom Jesus das Selvas, Buriticupu, Grajaú e Santa Luzia, mesmo demarcado, homologado e registrado, o território é alvo de ações de invasores, entre os quais, caçadores, fazendeiros, madeireiros e pecuaristas.

A Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima) recebe denúncias periódicas sobre a exploração ilegal de madeira no Maranhão, em especial, nos municípios Amarante e Arame.

Essa extração ilegal de madeira causa impactos sociais e ambientais, com sérios danos as pessoas, aos povos originários que tem sua soberania alimentar violada, além da fauna e da flora atacadas, com impactos negativos ao meio ambientes e o prejuízo direto às nascentes de rios.

Assassinos

A região é também marcada por ameaças e violências aos povos originários. No mês de abril de 2023, mais um indígena foi vítima da escalada de violência na Terra Indígena Arariboia.

Jone Canaré Guajajara, filho do cacique Tomazinho Guajajara, foi atacado por dois homens armados que entraram na aldeia Toarizinho e efetuaram vários disparos de arma de fogo contra ele e outro rapaz, um não indígena que também mora na aldeia. Os dois sobreviveram a emboscada.

No dia 7 de fevereiro de 2023, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) publicou dados sobre os casos mais recentes de violência que ocorreram no Maranhão.

Apenas no mês de janeiro de 2023, entre os dias 9 e 31, foram cinco ataques em territórios indígenas, que resultaram em três mortes e duas pessoas gravemente feridas. Das cinco vítimas, quatro eram da TI Arariboia. A outra vítima morava na TI Cana Brava, também no Maranhão.

Leia também: Urbano Santos! Comunidade Jussaral pede socorro

O Terra Indígena Arariboia, que é ocupado por diversas aldeias do povo Guajajara e por indígenas do povo Awá em isolamento voluntário, sofre com crônicos ataques de madeireiros e caçadores.

Entre os anos de 2021 e 2003, a plataforma Cartografia de Ataques Contra Indígenas (Caci), que mapeia os casos sistematizados pelo relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil, do Cimi, registrou 50 assassinatos de indígenas do povo Guajajara no Maranhão. Desse total, 21 pessoas eram indígenas da TI Arariboia.

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