
Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
11/05/2020
A pandemia do novo coronavírus, destaca, ainda mais, a realidade vulnerável da classe dos trabalhadores domésticos. Eles são expostos ao vírus, pois são obrigados a continuar sua jornada de trabalho, em meio a quarentena. No Brasil, a primeira morte registrada por Covid-19, foi de uma trabalhadora doméstica.
A Agência Tambor conversou, nesta segunda-feira (11), com Maria Isabel Castro Costa, integrante do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos do Estado do Maranhão (Sindoméstico-MA) e da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad).
No Radiojornal Tambor, ela falou das demandas e dificuldades enfrentadas pela classe durante a pandemia.
Maria Isabel ressaltou como muitas trabalhadoras foram demitidas ou entraram em acordo com seus empregadores por meio da Medida Provisória n.º 936/2020. No entanto, algumas que conseguiram este acordo, segundo ela, ainda têm dificuldades em receber o pagamento.
A integrante do Sindoméstico-MA também falou sobre o decreto de lockdown (bloqueio total) feito pelo governo do Maranhão, que iniciou no dia 5 de maio. No documento, os trabalhadores domésticos são considerados como serviço essencial e ela enfatizou como isso é prejudicial para a classe e à sociedade.
“Gostaria que o governador mudasse (o decreto) para não tornar vulnerável a trabalhadora doméstica. A política de saúde precisa proteger as duas partes, o empregador e a trabalhadora”, argumentou ela. “Por que o trabalhador doméstico de repente se tornou essencial?”, questionou.
Ela ressaltou que o desejo dessa classe é manter o isolamento social, em casa, com seus familiares. Mas isso não está sendo possível devido ao decreto e aos empregadores que exigem a manutenção da jornada de trabalho em meio a pandemia.
“Que política de segurança as trabalhadoras estão tendo, se todos estão em isolamento, mas elas ainda precisam trabalhar?”, perguntou Maria Isabel.
Confira o decreto na íntegra:
Ouça a entrevista completa em nosso TamborCast.