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Do site do MST
Nesta terça-feira (15), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que tenta criminalizar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) recebeu João Pedro Stedile, membro da coordenação nacional do Movimento, que prestou depoimento, na condição de convocado, aos deputados federais que integram o colegiado.
Recepcionado com a solidariedade de representantes religiosos, sindicais, partidários e de movimentos sociais, Stedile buscou expor a realidade da questão agrária no Brasil. Apontou as contradições do latifúndio e do agronegócio, e expôs as consequências nefastas que sustentam esses dois modelos, como a fome, as desigualdades sociais e a devastação ambiental.
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Apesar do esforço do militante do MST em qualificar a discussão na Comissão, deputados bolsonaristas estavam mais preocupados em atacar Stedile, imputando a ele e ao MST uma lista de crimes que a própria CPI, ao longo de seus três meses de duração, não comprovou. Em horas extensivas de depoimento, o militante ressaltou a legitimidade e independência do Movimento, que atua dentro das regras da Constituição. Além disso, destacou que as famílias realizam as ocupações de terra como forma de resolver os seus próprios problemas concretos.
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Stedile ressaltou que o contraditório não é respeitado na Comissão, a qual é palco de acusações sem provas e não aborda os verdadeiros problemas do campo brasileiro, como a grilagem de terras, o desmatamento, uso de agrotóxicos, etc. Em sua fala, frisou que a Reforma Agrária é meio para que famílias camponesas tenham acesso à terra, moradia, educação, alimentação saudável e trabalho digno, além de ser o caminho para alimentar o país.
Esta CPI tramita há três meses, sob comando de maioria composta por parlamentares bolsonaristas, na tentativa de criminalizar o MST e impedir a retomada de uma Política Nacional de Reforma Agrária, além de tentar desgastar o governo federal. No entanto, a baixeza e falta de legitimidade e seriedade dos deputados bolsonaristas está levando ela a ser encerrada antes do esperado por estes próprios parlamentares.
Ressaltamos a importância da sociedade perceber que não é por acaso que o MST caminha para seus 40 anos. Ao longo deste período, diversos foram os momentos nos quais as elites do país tentaram acabar com o Movimento. Mas, nunca tiveram sucesso. A luta do MST seguirá enquanto tivermos latifúndios improdutivos no Brasil.
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
15 de agosto de 2023