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Qual o sentido de ser humano, Suzano?

Foto: Divulgação

Por Zé Luís Costa

Esse deve ser um dos piores textos, no sentido de sentimento que escrevo, nos últimos tempos. Porque ele foi gerado a partir de uma ação da polícia militar em um acampamento de sem terras, na cidade de Açailândia. Até aí tudo bem. É “comum”: polícia ser violenta com camponeses.

Entretanto, o que machucou-me e fez-me ruim o dia inteiro, foi sobre o sentido de “ser humano”. O sentido de ter alteridade com pelo próximo. Pois, esse sentimento o capital e o egoísmo não vão compreender.

Das cenas mais grotescas que se viu nos dias de ontem, nas redes sociais, nos textos, nos vídeos, nas rodas de conversa entre amigos e sobretudo, por aqui pelo SITE DO AVESSO, além da ação violenta, da polícia contra sem terra. Veja bem de acordo com os vídeos que o site recebeu, essa ação foi realizada no feriado, aniversário da cidade 6 de junho, à noite. E aí você já sabe o que que pode dar numa ação policial que de certa forma acabou sendo criminosa. Um despejo em uma situação dessa.

O site não questiona se foi legal ou não a ordem de despejo, questiona sim a forma como foi feita com bastante truculência, em um grupo de pessoas de trabalhadoras e trabalhadores rurais, que tinha crianças e idosos, em uma noite de feriado. Por que agir dessa forma? Porque a mídia convencional não questiona a ação e simplesmente dão a voz aos donos do capital, àqueles que recebem as commodities do eucalipto? Na sua nota a empresa Suzano Papel e Celulose, apenas, se refere a “invasores profissionais”. Porque as rádios não questionam as ações de desumanidades, no entanto, questionam as ações de lutas pela reforma agrária em que essas famílias estão inseridas?

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Porque são na verdade pessoas ignorantes. Que não tem conhecimento da área e outros: que se aproveitam dessa ignorância para agir de forma cruel, comunicado dos policiais e da empresa contratada para quebrar o arroz.

Eu tenho certeza que foi dolorido para o dono daquela plantação de arroz ver seu arroz cortado daquela forma, com os caras que estavam cortando escoltados, como eu recebi essa informação, por policiais militares.

Um país onde as pessoas passam fome e digo exatamente 33 milhões de pessoas passando fome, uma empresa ser contratada para cortar e dar prejuízo a um plantação de arroz. O arroz que um legume presente na alimentação das famílias brasileiras.

O choro daquele homem no vídeo postado ontem é dolorido, ele é o dono do arroz e vê principalmente outros homens passeando com as foices “para lá e para cá, para lá e para cá…” cortando os cachos do arroz, já maduro, isso é criminoso.

É inadmissível uma empresa monstruosa, deter quantidades monstruosas de hectares de terra, se prestar a serviço dessa forma. Será que a Suzano sabe que isso foi feito no acampamento dos sem terra? Isso precisa ser denunciado. É preciso pagar os danos àquelas famílias.

Vou colocar outro vídeo abaixo. É um vídeo curto, mas que é muito dolorido. E peço simplesmente que compartilhe com o máximo de pessoas possível para ver o que é de fato o agronegócio.

*Zé Luís Costa é jornalista, escritor, editor do blog Do Avesso

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