Pesquisadoras da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) debateram o tema “História Ambiental no Maranhão: conexões e resistências”.
O debate ocorreu na terça-feira (14/04), durante mais uma edição do programa História Viva, fruto da parceria da Associação Nacional de História – seção Maranhão (Anpuh-MA) com a Agência Tambor.
O programa foi mediado pela professora de História da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) Caroline Martins; contando com a participação das professoras Nathalia Moreira Lima Pereira e Dulce Maria Pereira, ambas do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
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(Veja ao final do texto esta edição do História Viva, no canal no YouTube da Agência Tambor)
Durante o História Viva, a professora Nathalia ressaltou que o estudo da história ambiental surge com a proposta da pesquisa e análise da relação do homem com o meio ambiente, em seus mais variados aspectos, sejam eles, social, econômico e cultural.
“Estudo que deve ser parâmetro para lutarmos no sentido de conviver de forma decente e ética com o meio ambiente. Termos uma consciência ecológica de preservação. E colocarmos em debate todos os nossos problemas e buscar soluções, entre os quais, para os graves efeitos e impactos da mineração”, disse Natalia.
A professora também afirmou que vivemos uma triste realidade. “São Luís está se transformando em uma zona de sacrifício. Estamos sendo contaminados diariamente. A qualidade do ar, todos os dias, é péssima ou ruim. O Estado deveria pelo menos implementar políticas públicas que possam minimizar esses impactos, que causam doenças respiratórias e do sistema neurológico como câncer, artrite e fibromialgia”.
A professora Dulce Maria Pereira complementou os graves problemas ambientais que temos hoje é reflexo e trajetória de poder de dominação de empresas que buscam o lucro a qualquer preço.
Segundo ela, “o Maranhão tem uma história de tomadas de territórios e escravização de sua população. Empresas que se agrupam de acordo com seus interesses no centro de poder, para o domínio do trabalho e da produção”.
Dulce Pereira disse ainda que para conquistar esse domínio os métodos e táticas são variados. “É a contaminação por agrotóxicos de plantações nativas e familiares ou a sedução por emprego melhor”.
A professora ressaltou também que as empresas destroem a relação simbiótica entre o homem e natureza e tomam para si o discurso da sustentabilidade. “Implantam poços ou escolas em comunidades para dominá-las. Tudo um engodo que resulta em lucros gananciosos e piora na qualidade de vida”, disse ela.
(Confira abaixo a edição do programa História Viva, no canal do YouTube da Agência Tambor)