Indígenas dos povos Kariú Kariri, Akroá Gamella e Tremembé da Raposa estão, há vários dias, ocupando a sede da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), na cidade de Imperatriz – MA.
As principais reivindicações dos indígenas são: a demarcação de seus territórios, segurança, saúde, educação e combate ao desmatamento e as queimadas em suas terras.
Outras demandas são a publicação da portaria de nomeação dos novos membros do Grupo de Trabalho (GT) de identificação e delimitação do território Taquaritiua (povo Akroá-Gamella, em Viana); a criação do GT do território Caúra (povo Tremembé da Raposa, em Raposa) e a identificação do território do povo Kariú-Kariri.
O Jornal Tambor de segunda-feira (02/11) entrevistou Caw Gamella, Iolanda Kariú, Rosa Tremembé.
(Veja, ao final deste texto, a íntegra da entrevista de Caw Gamella, Iolanda Kariú, Rosa Tremembé)
Os indígenas falaram que a realidade em seus territórios é desesperadora e que por isso estão na Funai para reivindicar os seus direitos.
“Estamos desesperados. A situação não é fácil, corremos o risco de perder nosso território. Estamos enfrentando muita violência, corremos o risco de que nossos filhos e netos não tenham onde ficar. Isso é horrível. Viemos em busca de uma esperança”, afirmou Rosa.
A falta de escolas, saúde de qualidade, saneamento básico e políticas públicas são parte dos desafios que o povo Kariú Kariri enfrenta em seu território. O problema também atinge o povo Gamela e Tremembé.
Para Iolanda, a omissão do Estado em relação a todos esses problemas, coloca em risco a vida dos indígenas.
“Já vimos muitos dos nossos parentes morrerem por falta de assistência do poder público. Estamos ocupando a FUNAI, porque não sabemos mais onde recorrer”, declarou a indígena do povo Kariú Kariri.
Para Caw, o que resta agora é lutar por soluções e reivindicar os direitos dos povos originários, hoje, no Maranhão.
(abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Caw Gamella, Iolanda Kariú, Rosa Tremembé)