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Obra da Canupus! Comunidades da Raposa pedem socorro

Foto: Divulgação

O objetivo é parar a obra. É parar a construção de um condomínio. Moradores das comunidades do Cumbique, Itapéua e Kaúra, no município de Raposa, na Ilha de São Luís, resistem às máquinas da Canopus Construções.

Nas manhãs de terça e quarta-feira (23 e 24 de abril) foram organizados protestos na Raposa, com o objetivo de paralisar as obras do residencial Village Por do Sol. A Justiça suspendeu por alguns dias a construção. Mas as comunidades dizem que “a ameaça continua”.

Segundo os moradores, a obra vem provocando “uma série de desastres sociais e ambientais nas comunidades”. O empreendimento é da Canopus Construções e, segundo a denúncia, vem atingindo casas, mangue e um rio, que é fonte de sobrevivência das famílias. 

Os realizadores do protesto reclamaram da presença de policiais da PM, que agiram para garantir a ação da empresa, incluindo a construção de um sistema de esgotamento sanitário, direcionado para uma área de mangue e um igarapé. Mulheres grávidas, idosos e crianças estavam na manifestação pública. 

Os relatos falam de “casas demolidas, soterradas ou alagadas”. É dito que os pescadores não têm mais onde “buscar o seu sustento e de suas famílias por conta da destruição e poluição”.

Um morador antigo da comunidade do Cumbique, Wilton Neves, relatou que há dois anos é só sofrimento. “A casa da minha mãe caiu invadida por água de lama dessa construção”, relatou indignado. 

Wilton lamenta ainda que os pescadores não tenham mais como pescar. “Os barcos ficam atolados de tanta lama dessa construção. Eles também fecharam a rua que dá acesso ao Porto e ao rio. Não temos nem o direito de ir e vir”, denunciou.    

Outra liderança social, Rosa Tremembé, narrou que todos vivem um drama sem fim e resistem bravamente sem contar com o apoio de ninguém. 

“As crianças não podem mais ir para a escola. Um idoso não pode ter atendimento médico. Ruas interditadas e só lama. Não entra uma ambulância”, lamentou.   

Rosa conta que já foram feitas várias denúncias e nenhuma providência foi adotada. “Foram vários boletins de ocorrência, denúncias na Secretaria do Meio Ambiente e na Defensoria Pública da União. “E o poder público não apresenta uma solução para a gravíssima situação. A empresa tem feito o que quer”, ressaltou. 

O outro lado

A Agência Tambor tem sido acionada pelas comunidades e temos feitos matérias sobre essa questão na Raposa. Como das outras vezes, entramos NOVAMENTE em contato com Canopus para tentar saber o posicionamento da empresa sobre as denúncias. Seguimos sem resposta.

Caso a empresa nos responda, a matéria será atualizada.

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