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Na Fetaema com Lula: democracia falando alto

Da Agência Tambor
Por Emilio Azevedo
21/08/2021

Nos dois dias em que esteve em São Luís do Maranhão, o presidente Lula (PT) manteve contato com dirigentes de aproximadamente 15 partidos. Além do PT , ele esteve com lideranças do PSB, MDB, PDT, passando por, PCdoB, PSDB e PSOL entre outros.

Ao lado de Flávio Dino (PSB), ele jantou no Palácio dos Leões e, no dia seguinte, acompanhou o governador na inauguração de uma nova unidade do IEMA, na assinatura de uma lei em favor dos indígenas e em uma ação de vacinação contra a Covid 19.

No entanto, em meio a tantos compromissos – incluindo um jantar com o ex-senador José Sarney (MDB), onde o prato principal foi um elogiado caranguejo – o ponto alto da sua visita ao Maranhão foi um evento na sede da Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores e Agricultoras Familiares do Maranhão (Fetaema).

Nesse evento, houve a influência do fundamental Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que ao lado da anfitriã Fetaema, recebeu a Conferência Nacional dos Bispos (CNBB), Sociedade Maranhense dos Direitos Humanos (SMDH), Centrais Sindicais (CUT, CTB), Fórum Maranhense de Mulheres, Militantes do Movimento Negro, Movimento LGBTQIA+, Comunicação Alternativa (Agência Tambor, Abraço-Ma), professores da UFMA e da UEMA, Movimento das Quebradeiras de Coco Babaçu, Movimento por Moradia, Associação dos Juristas pela Democracia (ABJD), entre outros.

Ao lado de todo esse pessoal, estiveram presentes dirigentes, militantes e parlamentares do PT, o governador Flávio Dino, o deputado federal Bira do Pindaré (PSB), o senador Weverton Rocha (PDT) e o ex-deputado federal constituinte Haroldo Saboia (hoje dirigente nacional do PSOL).

Na luta por democracia

Na sede da  Fetaema, Lula teve dois momentos distintos, um ato político no auditório e, em seguida, uma entrevista coletiva. No ato, o MST realizou uma mística falando dos pobres, favelados, das trabalhadoras e trabalhadores do Brasil, além dos diferentes marginalizados do país.

Nesse momento inicial foi feita uma homenagem ao emblemático Manoel da Conceição, falecido no último dia 18. E ao falar de Mané, muito mais do que retórica, o MST e os Sindicatos Rurais tem uma história de luta, de muito trabalho e (infelizmente) de muito sangue derramado.

“Por Manoel da Conceição nenhum minuto de silêncio e toda uma vida de luta”, gritaram os sem terra, antes de cantar Oração Latina, do nosso César Teixeira. Logo em seguida, Mãe Kabeca, líder da Casa Fanti-Ashanti, cantou uma música em homenagem a Lula.

A anfriã do evento, Ângela Silva, atual presidenta da Fetaema e primeira mulher a presidir essa Federação, fez uma fala emocionada, enfatizando a importância da agricultura familiar e da reforma agrária. A fala de Ângela entrou em sintonia com a de Lula, que depois falou de “justiça social, combate a fome e defesa da democracia”.

Guerra na Comunicação

Durante a coletiva, Lula respondeu perguntas sobre a sucessão no Maranhão, sobre possíveis candidatos a vice-presidente em sua chapa, sobre investimentos em agricultura familiar (associados ao combate a fome), sobre democratização da comunicação, entre outras.

Mas antes da coletiva, ainda no evento do auditório, uma fala que tratou de um assunto muito importante foi a de Flávio Dino, ao lembrar as evidentes pretensões golpistas da extrema direita. “É preciso unir forças para garantir a eleição de 2022 e o respeito ao seu resultado.”

Ainda um pouco antes da entrevista coletiva, a professora Rejane Galeno (Agência Tambor) ofereceu uma camisa da Agência, para o presidente Lula.

Nas respostas aos jornalistas, sobre a sucessão estadual e a escolha do seu candidato a vice, Lula disse o óbvio. As decisões, com revelações públicas, só ocorrerão no ano que vem. Mas adiantou que hoje a polarização é entre os que querem a democracia e os fascistas.

Um ponto alto da coletiva foi a pergunta do jornalista Ed Wilson Araújo, presidente da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias do Brasil no Maranhão (Abraço-MA) e integrante da Agência Tambor.

Ed Wilson perguntou sobre democratização da comunicação, tema cada vez mais relevante no Brasil, principalmente agora, com a chegada de estruturas milionárias de extrema direita (“gabinetes de ódio”), especializadas em mentiras e ataques as normas democráticas.

Na resposta a Ed Wilson, Lula admitiu que a Comunicação é uma prioridade para a democracia no Brasil, criticou a concentração de poder dos antigos impérios de mídia, criticou as fábricas de fake news e assumiu um compromisso com a pauta.

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