
O projeto Museu Itinerante da Amazônia (MIA) desembarca na capital maranhense, São Luís, na quarta-feira, 4 de julho e ficará em cartaz no Museu de Artes Visuais, na Rua Portugal. Com o tema “Passado, Presente e Futuros” a exposição, que é gratuita, conecta arte, ciência, tradição e ativismo, discutindo o futuro das cidades brasileiras a partir das experiências de povos tradicionais e originários da Amazônia. A iniciativa busca, também, provocar reflexões sobre estratégias para a construção de cidades mais resilientes às mudanças climáticas.
“A gente entende que a cultura é um dos mais importantes vetores para conscientização, mobilização e engajamento da sociedade em diversos temas”, afirma Lygia Nassar, gestora de Sustentabilidade e diretora-adjunta do Laboratório da Cidade. Para ela, a arte facilita a compreensão em torno das questões ambientais.

A programação conta com experiências imersivas, a partir das contribuições de diversos artistas. Em cada cidade o MIA dialoga e incorpora obras de artistas locais. A coleção começou com a fotografia “Guerreiros Vermelhos”, de Nay Jinknss (Belém-PA), e seguiu com “Ipiramama”, de Wira Tini (Manaus-AM), em São Luís a obra da maranhense Gê Viana, “Para estratégias de sobrevivência, as maiores tecnologias são as nossas”, também passa a fazer parte do acervo do museu.
“A gente tem pensado essa itinerância, como um mecanismo de a gente se nutrir, abastecer e acumular conhecimento dessa região. Isso é importante para nos posicionarmos como território, produtores de cultura e de conhecimento.” afirma Lygia.
O MIA é uma iniciativa do Laboratório da Cidade, organização da sociedade civil com sede na cidade de Belém, no Pará, que busca repensar as cidades amazônicas. Além de ações locais, a iniciativa se prepara para participar das negociações internacionais junto a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece na cidade sede da ONG neste ano, levando a perspectiva do Sul Global para o centro das discussões sobre clima e urbanização.
“A gente precisa que os nossos técnicos conheçam melhor o nosso ecossistema antes de criar projetos”, é o que aponta a gestora de sustentabilidade, ressaltando a importância de uma formação que priorize os saberes e as realidades locais.
Para ela, investir na capacitação dos profissionais e fazer escuta da população é uma prioridade. “A gente vai estar trabalhando para levar recomendações para a COP em que se entenda que o repasse de recurso para a capacitação do sul global são essenciais para criação de estratégias de adaptação. Porque sem recurso para se capacitar, a gente não consegue se adaptar.” Segundo ela, essas reflexões apontam em direção a um tipo de desenvolvimento onde ninguém fica para trás.
O Museu passará por São Luís antes de seguir para Brasília e Rio de Janeiro. A programação é gratuita e aberta ao público. O projeto conta com apoio do Instituto Clima e Sociedade, Funarte e Governo Federal, e em São Luís está com parceria com o Coletivo Reocupa e o IAB Maranhão. A iniciativa valoriza os saberes tradicionais e as tecnologias sociais amazônicas, reforçando a necessidade de desenvolver soluções locais e sustentáveis para o futuro das cidades.
Museu Itinerante da Amazônia chega a São Luís com reflexões sobre o futuro das cidades brasileirasMIA em São Luís
Abertura: 4 de junho, às 19h
Local: Museu de Artes Visuais (MAV), situado na Rua Portugal, 273 – Praia Grande, Centro Histórico, São Luís – MA
Em cartaz de 4 de junho a 3 de julho de 2025
Entrada gratuita
Confira na íntegra a entrevista do Dedo de Prosa com Lygia Nassar, diretora-adjunta do Laboratório da Cidade(PA)