Foi realizada nesta quarta, 21/12, no auditório da sede da Fetaema, a cerimônia de lançamento da 7ª Marcha das Margaridas, que tem como tema “Pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver”. O evento contou com a presença de mulheres do MSTTR, integrantes de movimentos sociais, e representantes políticas de diversos municípios do Maranhão. A edição acontecerá em agosto de 2023 em Brasília.
O lançamento marcou a entrega do projeto da Marcha para a secretária de Estado da Mulher, Célia Salazar. O lançamento da marcha iniciou com uma mística que envolveu tambor de crioula com músicas autorais para o ato, a apresentação dos lemas anteriores da Marcha e uma exposição de legumes e frutas colhidas da agricultura familiar de trabalhadores e trabalhadoras rurais.
A Marcha das Margaridas é realizada desde 2002 pela CONTAG, e tem intervalos de quatro anos entre edições. O ato reúne mulheres de diversos estados do Brasil, sendo a maior mobilização de mulheres da América Latina.
A FETAEMA tem a expectativa que o encontro mantenha a tradição do estado, que costuma ser o mais efetivo em número de mulheres.
A presidenta da instituição, Angela Silva, a primeira da história da Federação, conta que espera a participação do Maranhão: “Ressaltamos que as parcerias com movimentos sociais, instituições estaduais, municipais e federais fortalecem nossas pautas. Precisamos reforçar as políticas direcionadas para as mulheres, principalmente as de geração de renda e segurança.”
Em sua fala durante o lançamento, abordou sobre as diferentes formas de violência que as mulheres ainda sofrem na sociedade. E também citou os pontos de reinvenção da pauta da Marcha que as maranhenses irão levar para Brasília, em agosto do ano de 2023. São elas:
1- Democracia, Soberania Popular e Fortalecimento da Participação Política das Mulheres.
2- Democratização do Acesso a Terra e Garantia dos Direitos Territoriais e dos Maretórios.
3- Autodeterminação dos Povos, com Soberania Alimentar, Hídrica e Energética.
4- Uma Vida Saudável com Agroecologia e Segurança Alimentar e Nutricional.
5- Direito de Acesso e Uso Da Biodiversidade e em Defesa dos Bens Comuns.
6- Proteção da Natureza e Justiça Ambiental e Climática.
7- Autonomia Econômica, Inclusão Produtiva Trabalho e Renda.
8- Educação Pública Não Sexista e Antirracista e o Direito à Educação do e no Campo
9- Saúde, Previdência e Assistência Social Pública, Universal e Solidária
10- Universalização do Acesso à Internet e Inclusão Digital
11- Vida Livre de Todas as Formas De Violência, Sem Racismo e Sem Sexismo
12- Autonomia e Liberdade das Mulheres Sobre o Seu Corpo e a sua Sexualidade
Gersina Vieira, secretária de Mulheres da Fetaema, em sua fala prestou homenagem a Constância Barros, que no ano de 2000 tornou-se a primeira diretora da história da Federação no período que a entidade se aproximava dos 30 anos de existência.
Ela comenta que o contexto político após a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas pautou a escolha do tema da Marcha. “Queremos trazer de volta as políticas públicas que já tínhamos pela defesa das mulheres. Em um momento de aumento do feminicídio, do ódio e do preconceito contra as mulheres, falar sobre o bem viver é prezar por essas mulheres. São 22 anos da Marcha em 2023, mas ainda temos muito o que marchar”, explicou.
Já a militante do MST Inez Pinheiro destacou a importância da coligação entre os movimentos e a liderança das mulheres pelo bem comum dos povos de comunidades rurais. “As mulheres do campo precisam de terra para plantar, educação, que as políticas públicas sejam implementadas. Estamos vivendo um momento novo com a posse do presidente Lula, mas só podemos fazer esse momento novo em marcha. Como disse Marighella, o medo está dentro de nós, mas não demonstraremos em nenhum momento”, declarou.
Confira a composição da mesa durante o lançamento da Marcha das Margaridas:
Angela Silva, presidenta da Fetaema;
Gersina Vieira, secretária de Mulheres da Fetaema;
Nilvane dos Santos, Secretária de Políticas Sociais e Terceira Idade da Fetaema;
Rosmari Malheiros, Secretária Geral da Fetaema;
Ligia Daiana, Secretária de Política Agrícola da Fetaema;
Loroana Santana, presidente da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão (Agerp);
Inez Pinheiro, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST);
Ednalva Ribeiro, do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco-Babaçu (MIQCB), núcleo Tocantins;
Maria Eunice, da União das Associações das Escolas Famílias Agrícolas do Maranhão (Uaefama);
Patrícia Carlos de Sousa, assessora parlamentar do deputado federal Zé Carlos;
Eunice Chê, co-vereadora do Coletivo Nós;
Célia Salazar, secretária de Estado da Mulher;
Kazumi Tanaka, delegada e coordenadora das Delegacias da Mulher;
Berenice Silva, professora e pesquisadora sobre a Marcha das Margaridas;
Raimunda Costa Almeida, vice-prefeita de Paulino Neves;
Paula Azevedo, prefeita de Paço do Lumiar;
Daniele Brasil, vereadora de Poção de Pedras
Drielle Silva, vereadora de Paço do Lumiar
Créditos: FETAEMA