União entre Sindicato dos Bancários do Maranhão e senadora Eliziane Gama evidencia grave problema social e econômico O avanço do fechamento de agências bancárias no Maranhão tem provocado uma grande onda de prejuízos sociais e econômicos nas mais diversas regiões do estado.
O problema atinge as grandes cidades e também municípios onde a unidade encerrada é a única disponível para a sociedade.
Diante desse cenário, o Sindicato dos Bancários do Maranhão uniu forças com a senadora maranhense Eliziane Gama (PSD) em uma articulação que resultou na apresentação de um projeto de lei (PL) no Senado Federal para regular e barrar esse processo.

A proposta apresentada pela parlamentar foi construída a partir de informações enviadas pelo sindicato e submetida à consultoria técnica do Senado.
O projeto de lei propõe regras para que o fechamento de unidades passe a ter controle social, incluindo audiências públicas deliberativas e critérios de substituição de serviços essenciais.
A Agência Tambor tratou do assunto na segunda-feira (17 de novembro), em entrevista com a senadora Eliziane Gama e com Rodolfo Cutrim, coordenador-geral do Sindicato dos Bancários do Maranhão.
Graves prejuízos à sociedade
“O banco não pode simplesmente fechar uma agência e deixar a população à própria sorte. É necessário ouvir quem será afetado”, afirmou Eliziane Gama durante entrevista ao programa Dedo de Prosa, da Agência Tambor.
Para o Sindicato, o projeto apresentado pela senadora representa o primeiro passo concreto para enfrentar uma política nacional de cortes imposta pelos bancos privados, especialmente pelo Bradesco — responsável pelos maiores números de encerramentos no Maranhão.
Segundo Rodolfo Cutrim, “só do ano de 2024 para 2025, o Bradesco fechou 61 pontos de atendimento no estado. Em cerca de 55 municípios, aquela agência era a única existente”.
O dirigente sindical diz que o impacto atinge diretamente trabalhadores, estudantes, aposentados, beneficiários do INSS e famílias que dependem do Bolsa Família.
“Hoje o banco avisa apenas 30 dias antes que vai fechar a unidade. É a única exigência. Enquanto isso, a população gasta com transporte para acessar outro município e perde tempo, dinheiro e direitos”, criticou Rodolfo.
A senadora reforçou que a tecnologia não pode ser justificativa para excluir parcelas inteiras da população.
Pressão da sociedade
Eliziane explica que “o smartphone ajuda, mas ainda é privilégio de poucos”. Ela ressalta que muita, muita gente no Brasil precisa de atendimento presencial, lembrando que “banco é concessão pública; não pode funcionar só para quem tem renda e internet”.
A parlamentar maranhense também destacou que o projeto nasce de uma demanda popular. “Os grandes projetos do Congresso surgem da sociedade. Este nasceu do diálogo com o sindicato e com as comunidades que me procuram diariamente relatando os prejuízos.”

Eliziane reforçou que “abrir uma agência bancária gera desenvolvimento; fechar provoca desmonte e desamparo”.
O Sindicato avalia que o Projeto de Lei pode ser um marco regulatório, capaz de frear uma escalada de precarização do atendimento bancário no país. Ao mesmo tempo, a entidade defende que os bancos públicos ampliem sua presença onde o setor privado recua.
“A Caixa Econômica está abrindo novas unidades e mostra que há demanda. É assim que o Estado pode equilibrar o jogo”, explicou Cutrim.
A proposta de Eliziane Gama já está na Mesa Diretora do Senado e deve ser distribuída nos próximos dias para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A expectativa é que a tramitação avance ainda em novembro.
“Tão logo entre na comissão, conversarei com o presidente, senador Renan Calheiros, para garantir celeridade”, assegurou a senadora.
A luta continua
O SEEB-MA prepara ainda uma atividade pública no dia 22 deste mês para debater o projeto e apresentar a revista comemorativa de 90 anos do sindicato.
“Essa luta é de toda a sociedade. Esperamos contar com movimentos sociais, autoridades e com a própria Agência Tambor nesse processo”, convidou Rodolfo.
A entrevista completa com a senadora Eliziane Gama e com Rodolfo Cutrim foi concedida ao programa Dedo de Prosa, da Agência Tambor, e acesse aqui.