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Editorial – A tragédia no jornalismo e o jornalismo trágico

Quando um acidente, crime, assassinato ou suicídio devem ocupar espaço num veículo de comunicação? Uma tragédia deve ser necessariamente notícia?

O jornalismo deve utilizar uma desgraça apenas para ter audiência? Faz sentido a existência de um jornalismo policial?

Em uma sociedade voltada para o consumo, uma parte significativa da mídia transforma uma notícia em mera mercadoria. Cria-se, também neste caso, uma degeneração ética e moral.

A questão é bem antiga. Muitos veículos e muitas pessoas que neles trabalham associam notícia a busca por audiência. E essa mesma audiência está associada a um ganho financeiro, a lucro.

Sobre jornalismo, é nossa obrigação afirmar que notícia deve estar ligada a interesse público, a direitos sociais, direitos humanos, ao conhecimento, a cultura, a busca por justiça.

Um bom jornalismo tem, necessariamente, uma função educativa.

Notícia não é espetáculo, informação não é um pedaço carne exposta num açougue.

Existem tragédias que são de interesse privado. Outras são de interesse público.

Muitas violência precisam ser noticiadas. Outras não devem ser. Infelizmente, em muitos casos, parte da mídia faz uma inversão vergonhosa.

Não devemos silenciar diante do que deve ser informado, debatido, criticado. Nem devemos gritar diante do que deve ser silenciado. O luto também é um direito.

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