Como a sociedade trata uma mãe branca que denúncia um caso de racismo? O tratamento é o mesmo que é dado a uma mãe negra? E a mídia? Como trata os diferentes casos? A Rede Globo luta contra o racismo? Ou hoje essa mesma Globo está submetida a uma nova pressão social?
O Jornal Tambor dessa terça-feira (02/08) tratou dessas questões, a partir do caso envolvendo os atores brasileiros Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, quando seus filhos sofreram racismo em Portugal.
Nossa entrevista foi com o comunicador popular negro José Carlos Silva de Almeida, que trabalha no município de Açailândia no Maranhão e tratou sobre o caso em suas redes sociais. Ele é assessor de imprensa na Justiça nos Trilhos e colaborador da Midianinja.
(Veja abaixo a edição completa do Jornal Tambor, incluindo a entrevista de José Carlos Silva de Almeida)
No último sábado (30), os filhos de Giovanna e Bruno, foram vítimas de comentários racistas em restaurante português. Foi grande a repercussão da mídia, pessoas famosas ou não falando sobre o caso.
Nos vídeos que circulam nas redes sociais é possível ver a defesa fervorosa que Giovanna faz de seus filhos e a confrontação direta que faz com a racista. Inclusive nomeando especificamente de racismo o crime que a meliante cometeu.
José lembrou que o racismo é algo estrutural em nossa sociedade. E ele questionou o que aconteceria se uma mãe preta reagisse da mesma maneira que Giovanna. “A gente precisa lembrar que esses dois são pessoas que acessam lugares de poder, são pessoas brancas. E se fosse uma mãe negra que tivesse a mesma atitude, qual teria sido a abordagem dos meios de comunicação?”
Para José, o problema passa pela questão de gênero e classe. Ele diz ainda que existe muito desconhecimento das pessoas, em especial as mais pobres, em identificar que está sendo vítima de racismo. “As famílias de baixa renda não têm compreensão ainda da violência que é o racismo, e de que elas podem brigar contra isso”, disse José.
O Atlas da Violência 2021 revela que a chance de uma pessoa negra ser assassinada no Brasil é 2,6 vezes maior àquela de uma pessoa não negra.
O comunicador disse ainda que a violência contra a população negra ainda é muito naturalizada e “precisa ser descontruída”, reforçou a ideia de construir espaços de denúncia e acolhimento para pessoas vítimas de racismo no Brasil.
(Veja abaixo a edição completa do Jornal Tambor, com a entrevista de José Carlos Silva de Almeida) 👇👇🏿👇🏽