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Comunidade pede socorro em Aldeias Altas!

Da Agência Tambor
14/06/2021

Moradores da comunidade Pati/Gostoso, localizada no município de Aldeias Altas – Maranhão, afirmam que estão sendo ameaçados pela empresa Costa Pinto.

A denúncia foi feita hoje (14/06) no Jornal Tambor por Raimundo Moreira, agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), e Claudio Gomes, um dos articuladores da Teia de Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão.

(VEJA ABAIXO A ENTREVISTA)

A Costa Pinto chegou ao Maranhão em meados da década de 70 com incentivos fiscais destinados pelo PróAlcool, programa do governo federal que estimulava a plantação de cana-de-açúcar com o objetivo de produzir etanol. A comunidade de Pati/Gostoso é formada por camponeses e sertanejos.

Hoje, pelo menos 30 famílias vivem no território. Não se sabe ao certo quando a comunidade foi criada, mas há moradores com quase 60 anos que nasceram no local.

Os conflitos agrários na região são recorrentes. Segundo Claudio Gomes, em 2005, famílias da comunidade Pitombeira foram expulsas de seu território e depois acolhidas em Gostoso.

Em 2008, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e o Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (ITERMA) tomaram conhecimento da disputa entre Gostoso e a Costa Pinto. De acordo com Claudio, o INCRA concluiu que a área seria destinada a fins de reforma agrária.

No entanto, a última visita do INCRA ou de outros órgãos de apoio ocorreu em 2013. Sem amparo, a comunidade de Gostoso vê a Costa Pinto avançar. A empresa alega que é dona da terra.

Violência

Os camponeses garantem que Gostoso tem convivido com ameaças diversas. A chegada de tratores com ‘’correntões’’ desmatando as extremidades da comunidade seria uma das estratégias da Costa Pinto para pressionar os moradores do território.

A presença de funcionários da Costa Pinto ‘’vigiando’’ a comunidade e intimidando os moradores também é frequente. Eles se denominam ‘’seguranças patrimoniais’’ e há suspeita de que alguns andem armados.

Raimundo Costa afirma que a situação de Gostoso é ‘’extremamente preocupante’’ e ‘’transmite total insegurança para a vida dos moradores’’.

Os denunciantes afirmam que parte da terra tem como titular o governo do Maranhão e a CPT diz que poderia ser regularizada pelo ITERMA. ‘’Essa morosidade intensifica o conflito entre as partes’’ observou.

‘’A gente pede ao estado que tome providência porque são vários famílias que estão em pânico, não conseguem dormir direito, não conseguem trabalhar ou até mesmo ir até a cidade porque tem medo’’ ressaltou Claudio.

Os próximos passos

Raimundo Costa frisou que a Comissão Pastoral da Terra, a TEIA e uma série de organizações estão observando o caso de Gostoso. Ele destacou que é importante dar visibilidade ao caso e fazer com que os pedidos de apoio cheguem à Justiça e ao ITERMA.

Claudio finalizou: ‘’nós queremos viver em paz. A empresa no seu exercício e nós na nossa área. Não é só o agronegócio que tem direito a terra. Todo ser vivo tem direito a terra e a sobrevivência’’.

A Agência Tambor está buscando a empresa Costa Pinto para que ela possa dar sua versão dos fatos. Deixando bem claro que, por princípio, a Tambor tem um compromisso absoluto com a luta e a vida dos povos e comunidades tradicionais.

Veja abaixo, em nosso canal no YouTube, o Jornal Tambor com a entrevista sobre o problema em Aldeias Altas

https://youtu.be/x6KPm081SxA

Abaixo o áudio com a entrevista na plataforma Spotify:

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