
O advogado do Conselho Indigenista Missionário (CIMI-MA), Gabriel Serra, disse em entrevista ao Jornal Tambor de quarta-feira (12/02) que “a ação de inconstitucionalidade sobre a COECV, movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), não atendeu aos interesses da sociedade, o que pode acarretar em mais mortes no Maranhão”.
Essa análise do jurista traduz muito bem o desastroso cenário que o Maranhão enfrenta. O velho latifúndio, hoje repaginado no agronegócio, segue avançando no Estado por meio de leis estaduais e decisões judiciais.
A proposição de extinção e ataque contra a Comissão Estadual de Prevenção à Violência no Campo e na Cidade (COECV) agrava ainda mais o potencial de escalada dos conflitos no campo no Maranhão. A Comissão foi criada como medida de prevenção, combate e redução à violência contra trabalhadores rurais, remanescentes de quilombos e ribeirinhos, entre outras áreas do campo.
(Veja, ao final deste texto, o Jornal Tambor com a íntegra da entrevista de Gabriel)
Essa ação da OAB gerou indignação de organizações sociais, de movimentos populares e das próprias comunidades tradicionais diretamente impactadas pela violência no campo, que pedem a proteção integral da atuação da Comissão no estado.
Gabriel afirmou: “o que chama atenção foi a postura classista da OAB, que a Ordem, dentro da sua amplitude de atuação, tenha promovido isso, possivelmente gerando mais barbárie no Maranhão”.
De acordo com o advogado do CIMI-MA, “agora é preciso mobilizar a sociedade contra essa ação do órgão”.
“As organizações da sociedade civil têm feito diálogo por meio da Procuradoria Geral do Estado, a Sedihpop, bem como tem se articulado para ver os próximos passos para entrar com recursos”, completou Serra.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Gabriel)