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Encontrão da Teia discute luta por território e genocídio contínuo

Ritual de Bilibeu: festa em homenagem ao encantado e celebrada anualmente no mês de abril.

O Território Indígena Taquaritiua, do povo Akroá Gamella, em Viana (MA) recebe o 16º Encontrão da Teia de Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão, o evento que iniciou dia 20, e encerra 25 de agosto, segunda-feira.

A edição deste ano traz como tema “Retomar Territórios para Tecer o Bem Conviver”, reafirmando o compromisso com as lutas pela permanência e por outra forma de existência coletiva.

A organização destaca que o contexto atual marca um momento de genocídio contínuo contra comunidades tradicionais, com dores presentes nas violências contra indígenas, quilombolas, camponeses, mulheres e a própria Terra (a “Casa Comum”) violentada pelas máquinas do capital.

Na abertura, uma corrida da Aldeia Vila Nova até a Aldeia Cajueiro Piraí para o levantamento de mastro. 

Histórico e simbolismos

A Teia de Povos se fortaleceu a partir de 2011, com a ocupação do Incra pelo MOQUIBOM (Movimento Quilombola do Maranhão), mobilizando povos indígenas, comunidades camponesas, quilombolas e quebradeiras de coco babaçu em torno da busca pelo Bem Viver. Até 2018, os encontros eram semestrais; desde 2019, passaram a ocorrer uma vez por ano, em territórios alternados.

No segundo dia do encontro, os povos acordaram ao som do tambor de crioulo e bumba meu meu boi.

Vivência, espiritualidade e resistência

No solo ancestral de Taquaritiua, o encontro propõe um espaço de partilha das lutas, compartilhando água, comida, memórias e sonhos de outros mundos possíveis. A programação convida os povos à resistência guiada pela espiritualidade e ancestralidade, como o vento do Espírito que sopra onde quer.

A arte que ilustra o evento é da jornalista e ilustradora maranhense Andressa Algave, mulher negra nordestina engajada nas relações raciais na América Latina e na imprensa alternativa.

Rosa Tremembé da Terra Indígena Kaúra (Raposa, MA) e uma das liderança presentes no evento,, afirma: “Vamos juntas e juntos […] trazendo a rebeldia da juventude e a serenidade dos avôs e das avós”.

A psicóloga indígena do povo Aymara Julieta Paredes, ativista dos direitos de mulheres indígenas e homossexuais na Bolívia, também participará Ela destaca a importância da união entre “trabalhadoras e trabalhadores dos territórios” que amam “este mundo, este planeta, […] construindo outro mundo”.

Outro ativista de movimento sociais que deixa seu recado, Fran Gonçalves, da Comunidade Tutaim – Resex Tauá-Mirim (São Luís), reforça o caráter de confraternização e aprendizado do encontro: “É um momento único, lindo, de muita luta, muita vivência, muito aprendizado, troca de experiências, e momento de reforçar nossa luta, […] que é o Bem Viver.”.

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