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Violência no campo! FETAEMA faz denúncia internacional e desafio de Carlos Brandão aumenta

A sindicalista Angela Silva, acompanhada do advogado Diogo Cabral, durante denúncia internacional | Foto: Divulgação

A cada dia surge uma nova denúncia referente as violências no campo, promovidas por diferentes iniciativas do agronegócio no Maranhão.  Os relatos vêm de todas as regiões do estado. Todas! 

Essas denúncias são fundamentais, necessárias. A pior coisa que poderia ocorrer no Maranhão seria que todos seguissem o padrão da elite local e naturalizassem a barbárie, naturalizassem essa avalanche de agressões de cunho social, ambiental e cultural, que segue ocorrendo no estado.  

Uma das últimas denúncias tem uma dimensão internacional.  A Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Maranhão – FETAEMA, através de sua presidenta Angela Silva, denunciou os crimes sociais e ambientais praticados no Maranhão, em reunião na Organização das Nações Unidas (ONU). 

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O fato ocorreu na cidade de Genebra, na Suíça, no dia 28 de setembro.  Na ocasião, haviam peritos do Comitê de Direitos Econômicos Sociais e Culturais da ONU.

Angela também esteve na Europa com representes do Governo Federal, hoje comandado pelo presidente Lula.  A sindicalista está cumprindo uma agenda internacional, com atividades ao longo de duas semanas, onde além de apresentar propostas, vem fazendo relatos referentes ao aumento de casos de violações de direitos, problemas na titulação de terras quilombolas, alarmantes índices de desmatamentos, entre outras atrocidades. 

Um Maranhão inaceitável 

Segundo dados levantados pela FETAEMA, somente este ano foram 35 casas destruídas no Maranhão, por incêndios ou derrubadas por tratores. Tudo por conta do agronegócio, por ação de ditos fazendeiros, grileiros de terra.

“A situação no Maranhão é gravíssima e precisa ser resolvida urgentemente pelas autoridades governamentais”, conclamou Angela Silva. Ela enfatiza que “os altos índices de violência no campo” são provocados por “fazendeiros e grandes empresas que ameaçam e matam agricultores e agricultoras familiares, quilombolas, dentre outros povos tradicionais”.

Angela cobrou a execução da política pública de reforma agrária, a titulação quilombola, a regularização de comunidades tradicionais e o enfrentamento às mudanças climáticas. 

“A proteção de defensores de direitos humanos, em especial das mulheres defensoras de direitos humanos, é premente” assinalou Angela Silva, que ainda abordou questões sobre a saúde mental de pessoas afetadas em conflitos agrários, a impunidade e a atuação de milícias no campo.

O desafio de Carlos Brandão

Trabalhadores rurais têm feito apelos para Carlos Brandão (no centro da foto)

A extrema direita brasileira está com os pés fincados no Maranhão! Além de uma antiga estrutura de poder local, de padrão oligárquico, ultraconservador, o estado segue invadido por gente do sul do país que juntos contribuem com todo esse projeto de morte, que atinge quilombolas, indígenas, trabalhadoras e trabalhadoras e rurais.  

O governador Carlos Brandão (PSB) administra o Maranhão em um momento muito delicado. 

Leia também: Trabalhadores rurais fazem apelo a Carlos Brandão

Além da obrigação natural dele defender e garantir a vida das pessoas (do povo que vive no estado), Carlos Brandão está diante de uma preocupação mundial relacionada a aquecimento global, fruto entre outras coisas de crimes ambientais. 

Há uma necessidade de preservação ambiental no Brasil, especialmente na Amazônia e no Cerrado, que abarcam boa parte do território maranhense. 

Além disso, após quatro anos de desastre bolsonarista, existe toda uma demanda no país pelo combate ao racismo estrutural. E as vítimas no Maranhão são em sua imensa maioria negras e indígenas. 

O desafio está posto. O agronegócio presente no Maranhão coloca o estado na contramão da história. 

Em relação ao governo maranhense e em particular ao governador Carlos Brandão, as questões passam por: (1) garantir uma segurança verdadeiramente pública, que esteja a favor da sociedade, nunca em conluio com milícias rurais; (2) pelo combate a escancarada grilagem de terras; (3) pelo respeito a princípios básicos de direitos humanos; (4) pelo combate ostensivo as sucessivas práticas de racismo e (5) por uma abrangente e efetiva política de preservação ambiental, onde a Secretaria de Meio Ambiente não sirva de linha auxiliar do agronegócio agressor.  

E tudo isso é urgente!

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