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Quebradeiras de coco da comunidade Santa Maria dos Teju, em Viana, denunciam serem vítimas de injúria racial por um fazendeiro da região, após adentrarem o babaçual para coletar cocos. O caso ocorreu em junho deste ano e as trabalhadoras registraram um boletim de ocorrência.
O Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco (MIQCB), regional da Baixada Maranhense, tem feito suporte jurídico para as mulheres gravemente prejudicadas pelo caso.
A edição do dia 9 de agosto do Jornal Tambor entrevistou Nataliene Borges, assessora do MIQCB; Maria Antônia, quilombola do Quilombo Camaputiua – Cajari e Coordenadora Executiva do MIQCB; e contou com a participação das quebradeiras de coco Ana Cleide Nunes e sua filha, Valdiane Nunes.
(Veja, ao final desse texto, essa edição do Jornal Tambor, com as entrevistas das quebradeiras de coco)
O acusado é Levi Pacheco, que ainda não se pronunciou publicamente. Além das ofensas racistas, esse fazendeiro teria tomado os cocos coletados e ameaçado as trabalhadoras para que não entrem nas terras novamente.
Pacheco também teria contado à polícia que é a primeira vez que as mulheres entram nas terras – versão desmentida pelo Movimento, que afirma que a área já é frequentada por quebradeiras há gerações.
Nataliene Borges conta que a denúncia não foi encaminhada a um juiz pelo delegado que está à frente do caso. Foram coletados depoimentos do fazendeiro e das quebradeiras. E até o momento em que fechamos essa matéria, elas não receberam retorno quanto às suas reivindicações.
No dia em que elas foram prestar depoimento, o movimento foi até a delegacia e deu apoio às quebradeiras, inclusive levando cartazes.
Hoje, sem justiça pelos processos legais e sem acesso ao babaçual, as trabalhadoras continuam com suas rendas afetadas.
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“Levi Pacheco disse às quebradeiras que elas nunca mais iriam entrar lá para juntar os cocos. Agora elas estão migrando para outras áreas e algumas estão sem exercer a atividade”, aponta Nataliene.
O movimento e as quebradeiras da região agora planejam um protesto para pressionar a conclusão do caso e reforçar a luta. O ato está previsto para o fim do mês de setembro, quando é comemorado o dia estadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (24 de setembro).
“A ocasião é para denunciar não somente esse caso específico. As quebradeiras sofrem violações de direitos regularmente. Vamos continuar nos pronunciando”, afirma a assessora, sobre o futuro protesto.
(Veja abaixo, em nosso canal do Youtube, o Jornal Tambor com a participação das quebradeiras de coco e do MIQCB) 👇🏿👇🏿👇🏿👇🏿