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Quilombo de Alcântara é vítima de violências

Policia Militar no Quilombo Vista Alegre, em Alcântara. FOTO – Redes sociais

Mais um caso de violação de direitos humanos no Maranhão, desta vez no quilombo Vista Alegre, no município de Alcântara. Adultos, idosos e crianças ficaram feridos na comunidade após ação de reintegração violenta da Polícia Militar, envolvendo a Base de Alcântara, na última quarta-feira (29/03).

Segundo relatos, várias construções foram demolidas. Teve bala de borracha, bomba de gás e até uma bomba foi jogada pela PM na casa de um morador.

Os quilombolas vivem em territórios há pouco mais de três séculos, e há décadas vêm sendo ameaçados e violentados pelo Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), projeto bilionário que envolveu a remoção compulsória de mais de 300 famílias ao longo da década de 1980.

Extremamente abalada pela situação que passou na comunidade, a quilombola Creuza Maria Macêdo Costa Santos, moradora do quilombo Vista Alegre, foi entrevistada pelo Jornal Tambor na quinta-feira (30/03).

(Veja, ao final deste texto, a edição do Jornal Tambor com a entrevista de Creuza Santos)

Creuza relatou que a polícia chegou ao local “invadindo as moradias e atirando nas pessoas”. Ela disse que oito pessoas ficaram feridas e entre elas uma criança.

“Foi horrível! Eles vieram e foram avançando pra cima da gente. Começaram a jogar a bombinha de gás, nós corremos. A gente pedia que eles não destruíssem as nossas moradias”, afirmou a moradora.

A residência de Creuza foi destruída, assim como a de outras cinco famílias que residiam no quilombo.

De acordo com Creuza, em 2004 a área foi reconhecida como quilombo pela Fundação Palmares, e em 2008 pelo Relatório Técnico do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), entretanto o processo de titulação do território está parado há 15 anos.

Documento enviado pelo quilombo

A moradora lembrou que sua família possui a documentação que comprova o pertencimento das terras. Segundo ela, os quilombolas estão se sentindo “abandonados” pelo poder público, e espera que “a justiça seja feita”.

(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Creuza Santos)

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Orlandira

Queremos justiça por nossa tia 😢


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