Em um estado marcado por violência no campo contra comunidades tradicionais, a Vara Agrária tem um papel fundamental para defender os direitos e interesses como as quebradeiras de coco, dos povos indígenas, quilombolas e camponeses.
É de competência da Vara Agrária, por exemplo, o julgamento das ações possessórias coletivas e das ações de desapropriação por interesse social, para fins de reforma agrária.
Apesar disso, a Agência Tambor recebeu uma informação de que a empresa Suzano enviou ofício ao Tribunal de Justiça do Maranhão criticando a ação desta Vara.
O Jornal Tambor de quinta-feira (08/06) tratou do assunto. Entrevistamos a professora Vânia Ferreira, a Vânia do MST.
(Veja, ao final deste texto, o Jornal Tambor com a íntegra da entrevista de Vânia.)
Em relação à decisão da Suzano, Vânia disse que “a Vara está cumprindo o seu papel de ouvir os trabalhadores. Muitos desses documentos têm indícios de grilagem, são documentos duvidosos e que precisam ser analisados”.
Ela ressaltou que a reforma agrária é necessária no Brasil e que “ter uma Vara Agrária é fundamental para que os trabalhadores e trabalhadoras possam recorrer. É o lugar do socorro”.
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A professora criticou a atuação da Justiça maranhense. Ela afirmou que “o judiciário tem dado decisões em favor dos latifundiários, e geralmente os trabalhadores acabam perdendo e sendo despejados de seus territórios centenários”.
Para Vânia, a atitude da Suzano pode ser lida como uma tentativa de fragilizar os trabalhos da Vara na defesa das comunidades fortemente impactadas pela ação do agronegócio no estado.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Vânia.)