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Caso Marielle! STF homologa delação de Ronnie Lessa

Foto: Bernardo Guerreiro

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou na terça-feira, (19/03) que o acordo de delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal, após uma audiência do policial com o ministro responsável pelo caso, Alexandre de Moraes.

Durante o encontro entre o ministro e o ex-policial teriam sido confirmados os termos da delação, com a menção a um parlamentar com foro privilegiado envolvido no caso. O próprio Lewandowski se reuniu ontem com Moraes a portas fechadas e divulgou hoje a confirmação da homologação do acordo.

“Nós sabemos que esta colaboração premiada, que é um meio de obtenção de prova, traz elementos importantíssimos que nos leva a crer que brevemente teremos a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco”, afirmou Lewandowski. Ele explicou ainda que como o processo segue sob segredo de Justiça e está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, ele não poderia dar mais detalhes neste momento.

O ministro, que convocou a imprensa há menos de uma hora do pronunciamento, ainda elogiou os trabalhos da Polícia Federal, que assumiu o caso após a posse do presidente Lula. “[A investigação] está agora nas competentes mãos de Alexandre de Moraes e dentro em breve teremos o resultado daquilo que foi apurado pela competentíssima atuação da Polícia Federal, que em um ano chegou a resultados concretos”, seguiu o ministro em um breve pronunciamento que não abriu espaço para questionamentos da imprensa.

Leia também: Assassinato de Marielle Franco segue mobilizando a sociedade

Assassinato durante intervenção federal

O anuncio foi feito mais de seis anos depois da morte da vereadora do PSOL e de seu motorista, baleados dentro do carro em que transitavam na região central do Rio de Janeiro em 14 de março de 2018. Na época, o estado do Rio estava sob uma intervenção federal na Segurança Pública, comandada pelo general da reserva Walter Braga Netto, que anos mais tarde viria a ser ministro da Casa Civil de Bolsonaro. Desde que o governo Lula assumiu há expectativa de que o mandante do assassinato que chocou o país possa ser revelado.

O inquérito foi enviado para a o Supremo Tribunal Federal nos últimos dias pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Raul Araújo, depois que um parlamentar com foro privilegiado foi incluído nas investigações. O nome do parlamentar envolvido não foi divulgado, nem o seu grau de participação no caso. O caso está sob sigilo. 

O foro por prerrogativa de função determina que deputados federais e senadores sejam investigados e julgados pelo STF; e governadores, desembargadores e conselheiros de tribunais de contas dos Estados, pelo STJ.

O ex-policial militar Ronnie Lessa é acusado de ser o autor dos disparos que mataram a vereadora e o motorista. Ele está preso desde março de 2019 e foi condenado em julho de 2021 por destruir provas sobre o caso. As tratativas entre o ex-PM e a Polícia Federal começaram logo depois que os agentes federais assumiram as investigações, em fevereiro do ano passado, após decisão do governo Lula (PT). 

Anderson Gomes e Marielle foram assassinados há seis anos | Foto: Divulgação

Para PSOL, anúncio traz esperança de desfecho

Após o anúncio feito por Lewandowski, a presidenta nacional do PSOL, Paula Coradi, soltou nota afirmando que o anúncio traz esperanças para o desfecho do caso:

“Há seis anos o PSOL aguarda o desfecho das investigações e luta para saber quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Gomes, bem como as motivações do crime. O anúncio de Ricardo Lewandovski nessa tarde nos dá esperanças de que, finalmente, estamos próximos do desfecho e do fim dessa agonia. É sempre importante lembrar que, na época do assassinato brutal, o Rio de Janeiro estava sob intervenção militar e que, durante os anos de governo Bolsonaro, nada foi feito para elucidar o caso – pelo contrário, o que vimos foi um evidente boicote às investigações. O PSOL quer a condenação de todos os envolvidos no crime. Seis anos é tempo demais, diz a nota divulgada nesta noite pela sigla.

Por Brasil de Fatos

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