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Zeca Baleiro fala sobre Celso Borges

Legenda: Joãozinho Ribeiro, Zeca Baleiro e Celso Borges | Foto: Divulgação/Instagram de Zeca Baleiro

Hoje se foi para o céu dos poetas Celso Borges, parceiro de infinitas conspirações (e canções). Celso (à minha esquerda, na foto) foi um aglutinador incansável de pessoas e ideias, espécie de Waly Salomão maranhense, que abasteceu uma curriola de jovens aspirantes a compositores e poetas como eu, ali em meados dos anos 80, em São Luís, com projetos e delírios artísticos vários.

O fato de eu ter me tornado compositor profissional passa bastante por sua influência e presença em minha vida.
Foi no programa “Contatos Imediatos”, da rádio Mirante Fm, em São Luís, rádio que foi dirigida por Celso (o programa era ideia dele, feito para revelar novos talentos), onde toquei minha primeira música “publicamente”. Era um baiãozinho um tanto ingênuo chamado “Sem Pé Nem Cabeça”, e eu estava acompanhado do parceiro Nosly (@noslymarinho ) ao violão. Depois, fiz meu primeiro show autoral também junto a Nosly, e Celso foi uma espécie de mentor do show. No repertório, várias canções feitas por nós três.

Foi ouvindo essa mesma rádio Mirante que eu e outros mais da minha geração pudemos conhecer artistas tão diversos e interessantes como Vítor Ramil, Vicente Barreto, Paulinho Pedra Azul, Lô Borges, Flávio Venturini e outros tantos, tudo fruto da inquietação de Celso, o querido CB, como nos acostumamos a chamá-lo.

Depois CB radicou-se em São Paulo, onde trabalhou em várias rádios e tevês, sempre juntando pessoas, disparando poesia e provocando o coração da gente. Foi ele quem me apresentou a Chico César (@oficialchicocesar ), assim que cheguei à cidade em 1991. Chico logo iria se tornar meu maior parceiro nessa aventura paulistana, um irmão com quem pude ter um diálogo estético frutífero como poucos. Celso anteviu essa afinidade antes mesmo d’eu chegar a São Paulo. Me escreveu numa carta: “Conheci um cara aqui, compositor da Paraíba, ele não tem nada a ver contigo, e tem tudo a ver contigo, vocês vão se adorar”. Celso tinha razão.

À minha direita na foto está Joãozinho Ribeiro (@joaozinhoribeiromilhoesdeuns ), poeta e compositor, outro parceiro querido, com quem eu e Celso empreendemos muitos projetos.
Há nessa foto mais amores, poesia, revolta e sonhos do que podem imaginar todos os azulejos de São Luís.

Saravá, Celso Borges!
Que sua poesia seja eterna

(Texto publicado domingo, 23 de abril de 2023. Fonte: instagram de Zeca Baleiro)

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