Cena do filme; tradição e história do povo Tremembé da Raposa Em entrevista pela primeira vez no Maranhão, o cineasta e indigenista Alberto Cukier falou, no Programa Dedo de Prosa da Agência Tambor, dia 12 de maio, sobre seu mais novo trabalho documental intitulado “Os Tremembé da Raposa – 10 anos depois”, disponível aqui.
O trabalho, dirigido por Alberto, aborda a luta pela demarcação, cultura e sabedoria do povo Tremembé da Raposa, após uma década da realização de um outro filme nomeado “No Rastro da Raposa”, de 2014, também com direção de Cukier, realizado na mesma comunidade indígena.
O documentário traz entrevistas de lideranças indígenas, denuncias e mudanças ao longo dos anos no território, mostrando de maneira didática o impacto negativo do crescimento imobiliário ao longo do tempo para os indígenas, na região.
(Veja, ao final deste texto, o Jornal Tambor com a íntegra de Alberto Cukier )
Cukier destacou que ao longo dos seus 27 anos de carreira no cinema, sempre se interessou em demonstrar a resistência de comunidades, sua importância e pertencimento ancestral no território. A luta e a justiça social fizeram parte de sua trajetória na cinematografia.
“O Tremembé é uma população muito grande. Eu fiz o primeiro trabalho sobre o povo há dez anos; agora, volto ao território para mostrar como está a realidade deles. A gente percebeu, através do filme, que as dificuldades aumentaram muito. Hoje estão completamente isolados e pressionados através de construtoras e empresas na região”, afirmou o diretor.
O cineasta disse que o documentário serviu para estreitar as relações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra no Maranhão com os Tremembé.
Para ele, é necessário a união de movimentos sociais, da sociedade e de organizações para fortalecer a luta do povo Tremembé pelo seu território.
Ele completou “O cinema é meu instrumento político, faço minha militância política através do cinema. Os povos indígenas ainda estão sofrendo muito. É preciso demarcação. Ainda tem muita coisa pra fazer em relação aos povos originários”.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Alberto Cukier)