Desde quarta-feira, 14 de março, pela primeira vez passou a ser celebrado o Dia Nacional Marielle Franco. A data marca o assassinato da vereadora carioca e do motorista Anderson Gomes.
Na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), desde quinta-feira (15), foi aberta a exposição inédita “Marielle Franco – Nesse lugar”, que traz uma mostra do acervo biográfico da vereadora, além de uma sessão solene em memória dela.
Com acesso livre para o público de 15 a 23 de março, a abertura da exposição começou logo após Sessão Solene in Memorian a Marielle Franco e Anderson Gomes, no Plenário da Câmara dos Deputados.
A criação do Dia Nacional Marielle Franco foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na celebração de 8 de Março. A data será dedicada ao enfrentamento à violência política de gênero e de raça.
O título da mostra, “Marielle Franco – Nesse lugar”, remete a uma expressão muito usada pela vereadora, que chegou a ser considerada um vício de linguagem nos discursos dela.
Mas expressão acabou incorporando a ideia de uma política ancorada nos territórios do Rio de Janeiro e nos lugares de fala para debates de gênero, raça e classe em todos os espaços.
Os visitantes passarão por um túnel colorido de cerca de oito metros de extensão localizado no Espaço do Servidor, próximo à entrada do Anexo II da Câmara Federal.
Lá estará uma linha do tempo com os eventos realizados por Marielle Franco, conectados por trechos de discursos e textos publicados no período.
A exposição vai celebrar o legado da vereadora e apresentará ações do mandato dela, com referências ao contexto histórico em que se desenvolveu seu projeto político. O período abordado vai da campanha, em 2016, até a última atividade, em 14 de março de 2018.
As fotos e textos que integram o acervo em exibição formam uma seleção inédita, feita a partir dos arquivos da Câmara Legislativa do Rio de Janeiro, dos jornais e revistas do período e das redes sociais da vereadora.
Haverá ainda uma versão online e interativa de “Marielle Franco – Nesse lugar” com todo o material exibido na exposição em formato digital: fotos, trechos de discurso, vídeos e áudios.
Organizada pela Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, essa mostra se soma a outras iniciativas de organizações brasileiras e estrangeiras, como a Anistia Internacional. O objetivo é manter viva a memória política da vereadora, uma das principais vozes da população periférica carioca.
Além da exposição, a Fundação Lauro Campos & Marielle Franco lança também um livro no segundo semestre de 2023 e um site exclusivo para manter viva a trajetória e memória de Marielle.
Trajetória
Quando foi assassinada, Marielle exercia seu mandato de vereadora há um ano e três meses. Ela foi eleita em 2016 e imediatamente passou a incomodar ainda mais os inimigos da democracia.
Marielle foi assassinada por ser mulher, uma ativista social e política, parlamentar pelo Psol e uma liderança periférica em ascensão. A história de luta dela começou na comunidade da Maré, no Rio de Janeiro, e hoje seu legado político faz parte da história política e social do Brasil, e uma referência mundial.
Com informações da Revista Fórum