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Violência contra mulher na Assembleia Legislativa! Mary Ferreira cobra Iracema Vale

Mary Ferreira cobra Iracema Vale, após discurso misógino de uma deputada.

Nos últimos dez dias quatro feminicídios foram registrados no Maranhão. Ao logo do ano de 2024, já são 14 mulheres assassinadas somente por sua condição de ser mulher. Esses crimes bárbaros, motivado pelo ódio, crescem assustadoramente em todo o país, em especial no Maranhão.

Sobre o gravíssimo problema, a coordenadora do Fórum Maranhense de Mulheres, Mary Ferreira, que é professora da UFMA e bibliotecária enfatizou que a presidenta da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputada Iracema Vale (PSB), deve tomar providencias em relação ao discurso de ódio contra as mulheres, que vem sendo feito dentro do parlamento maranhense.

“A Assembleia Legislativa do Maranhão deve discutir o comportamento dos deputados. Afinal, existe uma Comissão de Ética. Esse tipo de absurdo, de abuso, precisa ser coibido. Não é possível permitir que cada deputado possa destilar veneno e ódio contra as mulheres sem que os outros parlamentares tomem uma posição quando a isso”, disse Mary indignada.

Na opinião da professora “esse discurso é um estímulo à violência, à desqualificação da mulher. Quando uma deputada menciona que a mulher é inferior, deve obediência ao marido e são submissas, o que falar de uma mulher que trabalha e tem vida ativa?”.

Autora de 17 obras, Mary Ferreira alertou que esse discurso misógino, patriarcal, machista é estimulador da agressão. “Essa oratória é um estímulo para que esses machos (citados pelo discurso de ódio) se sintam muito mais à vontade para agredir, ofender, bater e matar. Esse discurso da extrema direita preciso ser coibido”.

Na opinião de Mary Ferreira “o mínimo que se espera é a abertura de um processo disciplinar contra a parlamentar” que fez o discurso de ódio. Ela diz que “é preciso um basta”.

Mary questiona se a autora do discurso “compreende a responsabilidade de sua fala. Um verdadeiro estímulo aos machistas de plantão, que esperam um momento para agredir suas esposas, suas namoradas e às vezes até suas mães”.

Mary lembrou que o país tem uma Constituição onde está dito que homens e mulheres tem direitos e obrigações e que são iguais perante à Lei.

Leia também: Editorial – Enquanto extremistas berram, Lula trabalha pelas famílias

NOTA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

A Assembleia Legislativa do Maranhão, hoje sobre a presidência da deputada Iracema Vale (PSB), publicou uma nota referente ao discurso de uma parlamentar de extrema direita, que cultuou o machismo.

Desconsiderando o fato que “machismo mata”, a nota do parlamento maranhense reproduziu o discurso extremista onde violência é uma “opinião da parlamentar, respeitada dentro da pluralidade”, num processo de “boa convivência política na diferença, conciliando divergências em defesa dos interesses do povo”.

O machismo que mata é de interesse de quem? Do povo?

Não existe liberdade de opinião para estimular crimes…

Vejam abaixo a NOTA que envergonha a história da Assembleia Legislativa do Maranhão

NOTA DA ASSEMBLEIA

A Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema) informa que o requerimento 146/2024, aprovado pela Casa e de autoria da deputada estadual Mical Damasceno (PSD), se refere à realização de uma Sessão Solene, que será aberta à participação de todos e todas, alusiva ao Dia da Família, pré-agendada para 15 de maio, no plenário da Casa.

Sobre o pronunciamento da deputada Mical, ocorrido nesta quarta-feira (17), de que o ato tenha apenas a presença de homens, trata-se de uma opinião da parlamentar, respeitada dentro da pluralidade que compõe o Parlamento Estadual, que representa todos os segmentos da sociedade maranhense, em suas diversas forças políticas e linhas ideológicas.

Assembleia Legislativa do Maranhão manterá sempre a boa convivência política na diferença, conciliando divergências em defesa dos interesses do povo do Maranhão, sendo atualmente presidida, pela primeira vez na história, por uma mulher, e tendo a maior bancada feminina de toda sua longa existência, com uma forte atuação da Casa em defesa das políticas de gênero e contra todas as formas de discriminação.

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