Com iniciativa do Comitê de Solidariedade à Luta pela Terra (Comsolute), em parceria com a União das Comunidades em Luta (UCL), será promovido um Tribunal Popular nos dias 09 e 10 de março.
Na ocasião, será julgada a violência que tem acontecido na região de Gleba Campina, localizada no município maranhense de Junco do Maranhão.
O histórico de crimes na localidade tem impactado mais de dez comunidades. E incluem o assassinato de cinco pessoas por conta da disputa de terras, especialmente no Povoado Vilela. É na comunidade que será feito o julgamento.
As famílias moradoras da região, vivem há mais de dez anos sob conflito agrário.
O Jornal Tambor entrevistou o advogado Jorge Moreno na quarta-feira (06/03), que falou sobre o assunto.
(Veja, abaixo, a edição completa do Jornal Tambor com a entrevista de Jorge Moreno)
Jorge afirmou que no Brasil a grilagem de terras é um dos meios mais usados para a existência do latifúndio.
Ele também apontou que a demora nos julgamentos na Justiça maranhense contribui para o aumento da violência.
“Enquanto isso os trabalhadores estão sofrendo todo tipo de criminalização. As terras estão sendo roubadas e doadas para grileiros”, pontuou o advogado.
Segundo ele, na região de Gleba Campina, tanto as comunidades, a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Maranhão (FETAEMA) e os advogados populares estão lutando pelas terras. Moreno disse também que a luta está documentada. Há mais de 50 registros de boletins de ocorrências sobre a situação.
O Tribunal Popular quer apontar estes crimes que têm ocorrido e ainda não foram julgados pela Justiça maranhense tradicional.
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Ele também destacou que os quatro anos de Bolsonaro no governo federal aumentaram a violência no campo.
Para o advogado “a única forma para dar visibilidade a essa luta, é fazer com que as pessoas compreendam o que está acontecendo”. Este é o objetivo principal do Tribunal Popular.
(Veja, abaixo, a edição completa do Jornal Tambor com a entrevista de Jorge Moreno)