Após muitas lutas, resistência, constrangimentos, violências, insegurança, ameaças e até uma morte, finalmente a Comunidade de Bom Acerto, no município de Balsas, conquistou “um pedaço de chão” para seguir sua vida, seu caminho em paz e tranquilidade.
Na última terça-feira (24/10) foi formalizado um acordo entre as partes envolvidas no conflito agrário.
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A advogada Lucilene Nunes relatou que o acordo não foi exatamente o que a comunidade desejava. Segundo ela, “as oito famílias queriam continuar morando em sua terra (Bom Acerto), onde ficaram suas raízes e apego por mais de 50 anos. Mas diante das circunstâncias, em que a grande maioria das famílias é formada por pessoas idosas, elas resolveram aceitar o acordo”.
Lucilene, que é filha do trabalhador rural Manoel Batista Nunes, de 87 anos, que faleceu deprimido no dia 04 de fevereiro de 2020, vítima de uma ação violenta de despejo, assinalou que “as famílias já estavam adoecidas, com a saúde debilitada e com instabilidade emocional”.
Ela refletiu que as perseguições e ameaças provavelmente abreviaria a longevidade e qualidade de suas vidas, então o acordo foi firmado e agora as famílias passam a ocupar a nova área com o direito ainda de uma indenização de 54% sobre o valor da área da Comunidade de Bom Acerto.
Pelo acordo, cada uma das famílias vai receber uma casa de alvenaria no valor de R$ 60 mil, oito hectares de terras numa a área próxima à cidade de Balas, a construção de uma casa de farinha e uma casa de apoio no valor de R$ 120 mil e um poço artesiano no valor de R$ 40 mil.