“Eu sou guerreira mulher, mulher guerreira eu sou…” este é um verso de uma das músicas que embalou a caminhada de milhares de mulheres no último dia 16 de agosto, em Brasília, durante a 7ª Marcha das Margaridas.
Sendo a maior mobilização de mulheres da América Latina, a marcha denuncia a política de desenvolvimento dominante no Brasil. Favorecendo as grandes propriedades, o latifúndio, privatizando os recursos naturais, destruindo a natureza e causando violência no campo, nas águas e na floresta.
Cerca de 3.500 maranhenses estiveram em Brasília, reivindicando seus direitos. Com uma grande articulação de diversos movimentos, o Maranhão foi muito bem representado.
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“A Marcha das Margaridas é uma ação de energia, de revigoração e principalmente de reconstrução do Brasil, e das políticas públicas para a mulher do campo, das cidades, das florestas e das águas”, disse Adriana Oliveira, do movimento sindical rural e representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT-MA).
É necessário ressaltar que estas mulheres estão lutando para que o Estado olhe e proteja as pessoas do campo maranhense. Ao longo dos anos a luta por terras no estado tem sofrido muitos assassinatos de diversas lideranças, incluindo mulheres, filhas(os), esposos dessas militantes.
A presidenta da Federação dos Trabalhadores Agricultores e Agricultoras Rurais do Maranhão (FETAEMA), Angela Silva, falou da importância dessa mobilização.
“Estamos reivindicando direitos e políticas públicas, com o protagonismo dessas mulheres no Brasil”, afirmou. “E acima de tudo queremos equidade e igualdade de gênero”, destacou a presidenta da FETAEMA.
A Marcha também foi marcada com a participação de parlamentares do Maranhão, entre eles, o deputado estadual, Júlio Mendonça, que também é presidente da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar na Assembleia Legislativa do Maranhão.
“Feliz por estar aqui no meio dessas mulheres guerreiras pela luta da inclusão social. E o Maranhão muito bem representado. Felicidade e orgulho “, ressaltou o deputado”.
O presidente Lula também esteve presente no encerramento do grande ato de mulheres. Ele disse “que bom estar de mãos dadas com tantas Margaridas na reconstrução do Brasil”.
Além disso, Lula exaltou a imagem de Margarida Alves e enfatizou que “o Brasil voltou para mudar a vida dos mais pobres, afirmando que esse governo nunca faltará para as mulheres brasileiras”.
A Marcha das Margaridas está há 23 anos lembrando da força e luta de Margaridas Alves que inspirou e inspira tantas mulheres.
São elas que produzem alimento, que lutam pela reconstrução de uma “mátria”, que defendem a natureza, que passam anos de suas vidas servindo ao público.
Mulheres detentoras de diversos saberes ancestrais; mulheres que carregam em seus peitos o alimento potente que garante outras vidas; mulheres que durante a sua existência se descobriram mulheres.
Elas e tantas outras que se fizeram presentes durante a Marcha, na luta para mudar a triste realidade da fome, da violência, da falta de acesso à saúde, educação, emprego e renda.
Veja a baixo alguns registros da Marcha das Margaridas.
Fotos: Agência Tambor