Em março deste ano, a Justiça Federal determinou que seja realizado um estudo sobre os impactos da privatização da Eletrobras. O objetivo é elaborar uma prova técnica sobre o “risco de desindustrialização do país”, decorrente da desestatização.
No ano passado, a Eletrobras foi privatizada no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o modelo escolhido foi de aumento de capital da estatal em bolsa. O governo perdeu o controle acionário.
Em encontro com jornalistas no início de fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a desestatização foi “quase uma bandidagem”.
Lula defendeu a ideia de aumentar a participação da Advocacia Geral da União nas decisões da Eletrobras.
Para falar sobre esse assunto, o Jornal Tambor desta segunda-feira (10/04), entrevistou Wellington Diniz. Ele é diretor jurídico do Sindicato dos Urbanitários do Maranhão (STIUMA).
(Veja, ao final deste texto, a edição do Jornal Tambor com a entrevista de Wellington Diniz)
Wellington disse que o estudo é para verificar os impactos da privatização da Eletrobras “em curto, médio e longo prazo”, e que o atual modelo causa vários prejuízos à população, entre eles o aumento da tarifa de energia elétrica e os impactos socioambientais.
“Nós estamos nos mobilizando para, justamente ratificar tudo aquilo que nós alertamos a classe política nacional, antes da privatização. Entre os exemplos estão o risco da modicidade tarifária e os apagões”, afirmou o diretor jurídico do STIUMA.
O sindicalista lembrou que “é preocupante” a atuação das empresas privadas que fazem a exploração da energia eólica no Maranhão, porque elas não possuem responsabilidade social.
Ele ressaltou que essas empresas causam um grande impacto às comunidades que vivem no entorno de onde elas são instaladas.
Segundo Wellington, o STIUMA, junto com outras entidades que atuam representando os trabalhadores e trabalhadoras das empresas do setor elétrico do país, continuará na luta contra a privatização da Eletrobras.
“Posso dizer que a Eletrobras foi, infelizmente, escolhida pelo governo anterior como uma prova de que eles teriam capacidade de fazer um grande processo de privatização, esse processo foi totalmente ilegal. Estamos há cinco anos nessa luta contra a privatização”, declarou Wellington Diniz.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Wellington Diniz)