A situação de famílias desabrigadas após a invasão do território Bom Acerto, em Balsas, continua crítica. A Agência Tambor tratou do assunto no dia 9 de fevereiro de 2022, quando recebeu Lucilene Alves, filha do trabalhador rural Manoel Batista Nunes.
Ela falou sobre a tomada do território em que viviam. Manoel sofria do mal de Parkinson e morreu deprimido pela perda de sua casa.
A invasão do território foi feita sob aval do juiz Tonny Carvalho de Araújo Luz, em favor de um fazendeiro filho do ex-prefeito de Balsas, Jonas Demito.
A comunidade teve suas casas demolidas por tratores. Hoje os moradores voltaram para a região e vivem em tendas, acampada, com equipamentos cedidos pela prefeitura.
Posteriormente, foi denunciado que o fazendeiro enviou um grupo de homens para ameaçar a comunidade acampada.
Esses homens teriam rendido oficiais da Guarda Municipal antes do retorno dos moradores de Bom Acerto ao território. Os lacaios teriam tomado as tendas à força e retirado os quadros de distribuição de energia.
Na Justiça, uma audiência instrução e julgamento foi feita no início de setembro. O fazendeiro não compareceu à audiência.
O processo está sendo remetido pela Vara do Direito Agrário, em São Luís. E todos os atos do processo em Balsas foram anulados.
A Agência Tambor ouviu ontem (18/10) Lucilene Alves: “Estamos aguardando o andamento do processo. Ele teve muita repercussão e agora está sendo refeito do zero”.
Segundo Lucilene, aproximadamente 39 pessoas continuam morando em tendas cedidas pela prefeitura e barracos improvisados de lona e palha.
A comunidade ainda não obteve meios de reconstruir as casas onde viviam. “Eles receberam um carregamento de madeira e mais nada. Estão vivendo de cestas básicas e das pequenas roças de arroz e mandioca”, explica Lucilene.