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Suzano: gigante do setor de celulose ameaça sobrevivência de camponeses no Maranhão

Por Rogério Almeida

Em São Pedro de Água Branca e Vila Nova dos Martírios, mais de 600 famílias de camponeses pobres sem terra estão ameaçadas pela empresa Suzano S.A., do ramo de papel e celulose, na área da chamada Gleba 01. A mesma situação acontece em Imperatriz, onde mais de 500 famílias ocupantes da área conhecida como Viva Deus, estão ameaçadas pela mesma dita empresa, no estado de latifundiários, o Maranhão.

A empresa Suzano que desde o ano de 1980 vem acumulando terras na parte oeste do Estado do Maranhão já acumula em torno de um milhão e trezentos mil hectares (1,3 milhão de ha), principalmente nos municípios de Imperatriz, Açailândia, Bom Jesus das Selvas, Buriticupu, São Pedro da Água Branca e Vila Nova dos Martírios), quase toda área coberta com plantio de eucalipto.

Além do grande crime contra a segurança alimentar a Suzano também comete um enorme crime ambiental devido o eucalipto ser um dos maiores sugadores de água superficial e subterrânea e que seu forte aroma expulsa todos animais originários da floresta amazônica. E que estes plantios seriam para implantação de uma planta de extração de celulose, tal planta foi implantada a 15 km da cidade de imperatriz que vem funcionando com significativos danos ambientais.

Das quatros áreas ameaçadas pela empresa e pelo Estado a de maior prejuízo tem sido o Acampamento Palmeiras, com 120 famílias, no município de São Pedro de Água Branca. Essas famílias, foram despejadas depois de dois anos cultivando a terra, tiveram seus barracos e plantações destruídas (macaxeira, banana, abacaxi, caju, manga, abacate, abacaxi, acerola, abóbora, arroz…), mas continuam acampados na área da antiga fazenda Jurema, sob pressão dos “guardas” da empresa fortemente armados rondando o acampamento e coagindo as pessoas nas estradas, como também a empresa está infestando a região com uso de venenos.

No dia 9 de maio deste ano o Supremo Tribunal Federal havia suspendido a reintegração de posse concedida pelo juiz Delvan Tavares, da Vara Agrária de Imperatriz, mas no dia 30 do mesmo mês, o mesmo Supremo voltou atrás e manteve a reintegração de posse, remarcando-a para o dia 30 de junho.

Diante da situação bastante coercitiva, vimos através desta nota repudiar todas atitudes dos poderes constituídos que se posicionam em defesa do crime ao meio ambiente, crime à segurança alimentar e contra centenas de famílias de camponeses pobres sem terra na sua maioria comprovadamente ocupantes das terras muito antes da Suzano iniciar sua apropriação das terras na década de 80.

Texto publicado originalmente em rogerioalmeidafuro.blogspot.com

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