Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
17/11/2020
Foto: Wesley Almeida
O geógrafo, professor da Licenciatura em Estudos Africanos e Afro-brasileiros e do Mestrado em Geografia na UFMA, Sávio José Dias Rodrigues, conversou com a Agência Tambor, nesta terça-feira, 17, sobre o lançamento do seu livro “Quem não tem é escravo de quem tem: migração camponesa e trabalho escravo contemporâneo”.
A obra será lançada na quinta-feira, 19, às 16h, durante a semana internacional interdisciplinar em estudos africanos e afro-brasileiros.
No Radiojornal Tambor, ele contou um pouco da pesquisa que foi realizada sobre o tema e quais dados levantados ao decorrer dela.
O livro é resultado de sua tese de doutorado e o estudo foi feito desde 2011. De acordo com ele, os dados são alarmantes sobre o trabalho escravo no Maranhão.
O professor destacou que a Comissão Pastoral da Terra (CPT) fez o levantamento que 25% dos trabalhadores resgatados em situação análoga a escravidão em todo Brasil, são maranhenses. “É como se o Maranhão, nesse capitalismo brasileiro, fosse um bolsão de trabalhadores a serem explorados em situações degradantes”, evidenciou.
Para ele, o panorama vindo de grandes projetos associados ao desenvolvimento, ao progresso, são um novo tipo colonialismo no Maranhão, em que o trabalhador é visto como sujeito descartável. É a contradição desse desenvolvimento.
Sávio José também apontou que o discurso do presidente Jair Bolsonaro, de que o fazendeiro não pode perder suas terras, por cometer crime, mantendo alguém em situação análoga a escravidão, contribui para esta realidade.
Para ouvir a entrevista completa confira nosso TamborCast.