Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
29/07/2020
O professor do IFMA, Campus Maracanã, doutor em história e pré candidato a reitor do IFMA, Adroaldo Almeida, em entrevista ao Radiojornal Tambor, na segunda-feira (27), conversou sobre o processo eleitoral das instituições federais.
Adroaldo Almeida destacou que Jair Bolsonaro, desde que assumiu o cargo na presidência, pretendia implantar sua política de diminuição dos processos decisórios, democráticos, não somente das universidades, mas principalmente, nos institutos federais.
Segundo ele, a primeira demonstração de uma tentativa de intervenção, foi a Medida Provisória 914, publicada no Diário Oficial da União em dezembro de 2019, que determinava a mudança nas eleições para reitoria dessas instituições.
A MP indicava consulta de professores e alunos para três nomes de possíveis reitores, com a escolha final do presidente. Além do peso dos votos de discentes e docentes serem diferentes.
Uma vez que a MP perdeu a validade, pois não foi debatida no Congresso Nacional, Bolsonaro editou a Medida Provisória 979 que permitia ao Abraham Weintraub, o então ministro da educação, escolher os reitores de institutos e universidades, sem a necessidade de eleições.
“A mídia tradicional, felizmente, acabou pautando, favoravelmente, como esses processos decisórios e democráticos precisam ser respeitados pelo presidente da República”, evidenciou.
Na época, a Câmara e o Senado Federal devolveram a MP para o governo.
“A devolução presta também um peso simbólico muito grande, porque se trata de recusar, veementemente, ao presidente, esse tipo de gerência”, disse. “Hoje, a despeito da vontade política e ideológica de Bolsonaro, ainda temos a mesma regra nas eleições para reitor”, apontou o professor.
Ele também ressaltou que o maior desafio nos IFMAs é a democratização da instituição.
Ouça entrevista completa em nosso TamborCast.