Mestre Felipe e Dona Mundica chegaram a São Luís na década de 1960, vindos do povoado Tabocas, Baixada Maranhense, do município de São Vicente de Férrer.
Na capital, do legado dos avós do Mestre, fundaram o grupo de Tambor de Crioula União de São Benedito, que hoje já tem mais de 50 anos.
Este ano, os dois completam seu centenário de nascimento. Para celebrar, o grupo que eles fundaram em São Luís, o Tambor de Crioula União de São Benedito, fará uma homenagem.
O Jornal Tambor do dia 20 de junho, quinta-feira, tratou do assunto. Entrevistamos Sergio Costa. Ele discípulo de Mestre Felipe há 26 anos. É tambozeiro e integrante da Associação que organiza o Tambor de Crioula União de São Benedito-Mestre Felipe.
(Veja, ao final deste texto, o Jornal Tambor, a íntegra da entrevista de Sergio Costa e a programação do centenário)
“Mestre Felipe e Dona Mundica ensinaram o que é ser um líder”, diz Sérgio, explicando que o casal orientava para “um profundo respeito por uma pessoa mais velha”.
Para ele, o Tambor de Mestre Felipe tem sua singularidade e traz consigo a identidade do sotaque da Baixada, reverberando a prática ancestral da cultura afro-maranhense.
Sérgio pontuou que os ensinamentos passados entre gerações são fundamentais para manter viva a manifestação cultural.
Ele afirmou que Tambor de Crioula é uma atividade permanente, realizada em vários locais, ao mesmo tempo que fortalece os laços afetivos com os brincantes e simpatizantes.
Sérgio disse que “o tambor ensina primeiro a gente a saber o que é fazer parte de um coletivo, uma relação de cuidado um com o outro e de preservação dos ensinamentos”.
Fundamental
E em meio ao descaso na cultura maranhense por parte do poder público local, com falta de pagamento para fazedores de cultura, com a visível desvalorização das tradições, a celebração do legado de Mestre Felipe e Dona Mundica é de enorme relevância.
O Tambor de Crioula União de São Benedito representa uma das ações culturais mais ricas do estado. É sinônimo de festa, alegria, educação, tradição e resistência.
Fotos: Redes sociais
O legado deixado pelo Mestre e sua esposa, Dona Mundica, permanece vivo na memória de seus discípulos, admiradores e pesquisadores.
A memória precisa ser preservada e disseminada para que a tradição e a cultura sejam passadas para gerações futuras. Por isso é tão importante a celebração promovida pelo Tambor.
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Programação do centenário
O Tambor de Crioula União de São Benedito homenageará o centenário de Mestre Felipe e a Dona Mundica:
21 de junho- Sesc do Olho d’ Água, em São Luís;
22 de junho – Arraial Largo de Santo Antônio, Centro de São Luís;
30 de junho – Arraial da Cidade Operária, em São Luís;
06 de julho – Tambor de Porta de Rua em homenagem aos 100 anos de Mestre Felipe e Dona Mundica.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Sergio Costa)