O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a continuidade da investigação aberta para apurar o suposto envolvimento do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), deputado Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), com atos antidemocráticos.
A investigação começou no Rio Grande do Sul, a partir de postagens em redes sociais em novembro do ano passado, e apura o suposto incentivo de Zucco a atos antidemocráticos para contestar o resultado das eleições de 2022.
Em fevereiro deste ano, após o deputado assumir a cadeira na Câmara dos Deputados, a Justiça Federal enviou o caso para o Supremo Tribunal Federal, em razão do foro privilegiado do parlamentar.
Na decisão, Moraes entendeu que o caso pode ter conexão com as investigações sobre atos golpistas que tramitam no STF e determinou que a Polícia Federal prossiga com a investigação.
Leia também: O Brasil depois da eleição de Lula
Histórico
O deputado federal Tenente Coronel Zucco, que passou quatro anos discretos na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, se despediu com outro tom.
Em seu último pronunciamento, o parlamentar atacou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a imprensa e o Judiciário, exaltou Jair Bolsonaro. Além de defender os golpistas que, acampados diante dos quartéis, pediam a intervenção das Forças Armadas contra a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Investigado pela Polícia Federal, Zucco usou da tribuna para reclamar da “criminalização da legítima liberdade de manifestação”. Ele, utilizando de sofisma, disse que “se o processo eleitoral está desvirtuado ou marcado por dúvidas, sem esclarecimentos, então o vitorioso não tem a devida legitimidade”, atacando Lula e o resultado da eleição presidencial.
Luciano Lorenzini Zucco defendeu as chamadas escolas cívico-militares, que propôs junto a Jair Bolsonaro. E também militou pelo afrouxamento da vacinação e a abertura do comércio na pandemia da Covid-19.
No projeto de lei 1/2022, propôs a supressão da apresentação da carteira de vacinação por parte dos alunos das escolas públicas e privadas no momento da matrícula. Segundo ele, a exigência seria “um ataque frontal à liberdade individual”.
Foi defensor do impedimento de fechamento de casas comerciais durante a covid-19 sem reunião prévia com representantes dos empregadores e empregados.
No auge da pandemia da Covid-19, apresentou o PL 93/2021 advogando a liberação “de atividades de dança e as aulas de música no formato individual” por considerar as práticas como “essenciais para a população”.
Com informações: Agência Brasil e Brasil de Fato.