A indústria da construção civil tornou-se um problema na Ilha de São Luís. Inúmeros empreendimentos imobiliários foram construídos, nos últimos 20 anos, sem estar em sintonia com qualquer tipo de planejamento urbano, que possa ser chamado de honestos.
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O resultado, nestas duas décadas, foi um inchaço pernicioso, que aponta para o caos urbano, com poluição de praias e rios, alagamentos por toda ilha, falta de água, engarrafamentos, desmatamento indiscriminado, muito desmatamento…
No dia 03 de outubro foi feita uma nova proposta técnica da Lei de Zoneamento de São Luís. Ela foi apresentada, em reunião do Conselho da Cidade (CONCID), no dia 03 de outubro, pelo Instituto da Cidade, Pesquisa e Planejamento Urbano e Rural (INCID), órgão vinculado à prefeitura.
A Lei é um complemento do projeto de Plano Diretor desastroso, elaborado e apresentado pela Prefeitura e aprovado na Câmara de Vereadores, que teve origem na gestão de Edivaldo Holanda Júnior, de triste memória.
A próxima etapa da proposta da Lei de Zoneamento será a discussão e aprovação pelo Conselho da Cidade. Depois disso, ele seguirá para a realização de audiências públicas.
Para falar sobre esse assunto, o Jornal Tambor de quarta-feira (04/10) entrevistou Frederico Burnett, urbanista e professor da UEMA.
(Veja, ao final deste texto, a íntegra do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Frederico Burnett)
De acordo com o professor, “a Lei prioriza apenas o mercado imobiliário”, o mesmo que vem liquidando São Luís nas últimas décadas. Para ele, a pressa na aprovação da Lei de Zoneamento “é para atender somente a interesses políticos e empresariais”.
Burnett ressaltou que a ideia de desenvolvimento propagada e apresentada pelo INCID é perigosa, porque “não dialoga com a realidade da capital”.
Para o urbanista, a Lei deve priorizar o bem estar da população e não a construções indiscriminada de edificações. Ele reforçou que a proposta da Lei precisa ser “revisada, em conjunto com a sociedade”.
O professor pontuou que “São Luís tem uma infraestrutura precária de saneamento básico, de preservação ambiental e de mobilidade urbana. Essas demandas precisam ser incluídas na Lei”.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Frederico Burnett)