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Na Raposa! Canopus Construções é acusada de cometer crime grave!

foto: Divulgação

A comunidade quer que a obra seja embargada. A denúncia é grave e passa por insegura alimentar, fome, destruição de habitação e poluição de área de preservação. Trata-se de uma acusação de crime social e ambiental.

Moradores da comunidade do Cumbique, no município de Raposa, na Ilha de São Luís do Maranhão, estão denunciando a Canopus Construções.

A empresa estaria construindo um condomínio, o residencial Village Por do Sol. Segundo a denúncia, a obra estaria liquidando área de mangue e um igarapé, afluente do Rio Paciência.

Situação na comunidade de Cumbique, na Raposa-MA

É dito que a obra está mudando, para pior, o modo de vida da maioria da população. O igarapé e o mangue estão sendo contaminados. A população não tem mais onde buscar sua alimentação e seu sustento. Não tem como coletar o caranguejo, a tarioba, o sarnambi e o sururu.

Nossa agência de notícias foi procurada pela comunidade. Fizemos uma entrevista no Jornal Tambor, no dia 06 de março, com Rosa Tremembé e Wilton de Jesus. Ele é morador do Cumbique. E Rosa vive na Raposa, em uma comunidade próxima.

Leia também: Gleba Campina! Tribunal Popular denunciará violência e impunidade

(Veja, ao final deste texto, o Jornal tambor com a entrevista completa de Rosa e Wilton)

Segundo Wilton Neves, há dois anos essa obra só representa problemas para a comunidade. “Chegou para bagunçar o nosso manguezal. A casa da minha mãe caiu, invadida por água de lama dessa construção. Os barcos estão atolados de tanta lama. Os pescadores não têm como pescar. Eles não respeitam nada e nem ninguém. Apelamos para o governador. Para os direitos humanos olhar para a nossa comunidade”, disse.

Situação na comunidade de Cumbique, na Raposa-MA

Quando chove, as tubulações de esgoto estariam jogando grande quantidade de água barrenta, com areia, assoreando o igarapé. É o que diz Rosa Tremembé, lembrando que o Igarapé “é fonte de renda da comunidade, predominantemente pesqueira”.

A comunidade está mobilizada e busca justiça. E não é só o Cumbique que está reclamando dos prejuízos. A Raposa é uma cidade praiana. Existe um entendimento que a poluição vai atingir e prejudicar quase todos.

Na entrevista ao Jornal Tambor foi lembrada uma reflexão de Anacleta Pires da Silva, do quilombola de Santa Rosa dos Pretos, de Itapecuru. Ela diz que “esse tipo de desenvolvimento não interessa, pois “não nos envolve. Seres humanos ficam de fora, são excluídos, sem respeito e sem dignidade”.

Situação na comunidade de Cumbique, na Raposa-MA

Os moradores de Cumbique explicam que o residencial ainda não foi concluído e, mesmo sem ser habitado, já causa sérios danos e prejuízos para à comunidade.

O outro lado

Diante da grave denúncia, que passa por fome, ataque a habitações populares, destruição de mangue e igarapé, a Agencia Tambor entrou em contato com a Conopus Construções.

Procuramos a empresa para lhe dar o direitos ao contraditório.

Enviamos e-mail para [email protected]. E enviamos mensagem no instagram para @canopusconstrucoes.

A primeira mensagem foi enviada no dia 6 de março. Não houve resposta.

Reenviamos as mensagens também no dia seguinte, 7 de março.

Enviamos o primeiro e-mail pelo [email protected]. E o segundo pelo [email protected].

Seguimos no aguardo da resposta da empresa Conopus Construções.

Quando a resposta chegar, atualizaremos esta matéria, com a posição da empresa, diante de tão grave denúncia.

(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Rosa e Wilton)

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