Queima de carvão mineral é sinônimo de morte | Foto: Divulgação Até quando o Estado do Maranhão vai manter em sigilo os dados das estações públicas que monitoram a poluição do ar em São Luís?
A pergunta acima foi feita pelo Movimento de Defesa da Ilha, no último dia 18 de setembro, ao informar sobre o aumento de mortes de pessoas em São Luís por conta de câncer de pulmão.
No ano de 2023, morreram 126 pessoas em São Luís em decorrência de câncer de pulmão. Este número representa, na capital maranhense, um aumento de 20% em relação ao ano anterior.
Os dados de 2023 representam o maior número de mortes por câncer de pulmão na cidade de São Luís desde que as informações foram disponibilizadas pelo Datasus em 1996.
O Movimento de Defesa da Ilha de São Luís divulgou essas informações em suas redes sociais.
O mesmo MDI, que conta com o apoio de vários pesquisadores, explicou que os dados podem ser conferidos no site do Ministério da Saúde: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sim/cnv/obt10ma.def.
Cobrança
Ao falar sobre o notório crescimento do número de mortes por câncer de pulmão em São Luís, o MDI também fez outras cobranças ao governo do Maranhão e a prefeitura de São Luís.
O MDI falou que “é importante a realização de estudos epidemiológicos pelas Secretarias de Saúde do Estado do Maranhão e do Município de São Luís para compreender os locais onde residem e trabalham as vítimas dessas mortes, assim como as possíveis causas desse crescimento”.
O MDI também pergunta quais ações preventivas podem ser adotadas para reverter esse quadro, com especial atenção aos trabalhadores e moradores do distrito industrial, em face dos elevadíssimos índices de poluição do ar registrados pelas estações públicas de monitoramento de qualidade do ar?
Existe licença para matar em São Luís?
A elite do Maranhão – as antigas e conhecidas oligarquias políticas – tenta esconder um problema gravíssimo.
O município de São Luís está sendo massacrado pela queima de carvão mineral. O nível de poluição é imenso, causando essas mortes e o aumento de doenças.
O ar está poluído e, a partir da barbárie promovida pela contaminação do ar, as águas e os peixes também estão contaminados.
O fato de o governo do Maranhão simplesmente não informar o nível de poluição do ar em São Luís é gravíssimo!
Leia também: Cadê a solução? Governo Brandão volta a divulgar altos níveis de poluição do ar em São Luís
Após sucessivas denúncias do Movimento de Defesa da Ilha, o governo do Maranhão retirou do ar as informações que indicavam números alarmantes de poluição.
Somente três empresas bilionárias têm autorização para queimar carvão mineral na Ilha de São Luís: Vale, Alumar e Eneva.
O governo do Maranhão é responsável por licença ambientais, que possibilitam a ação dessas empresas.
A pergunta é: o dinheiro dessas empresas lhes dá licença para matar na Ilha de São Luís?
O que diz o governo do Maranhão
Leiam abaixo a nota que o Governo do Maranhão enviou, agora em setembro, para a Agência Tambor:
A Secretaria de Indústria e Comércio do Maranhão (Seinc) reitera que a suspensão temporária da divulgação pública dos dados de qualidade do ar de São Luís foi uma medida necessária para ajustes técnicos, incluindo a contratação de estações complementares e a unidade móvel para a conclusão da rede de monitoramento.
Até que haja a ampliação da rede, com a instalação de mais quatro estações, a adequação do posicionamento das seis estações atualmente instaladas e a troca de sensores referentes ao ano de 2024 (prazo de 60 dias), os dados coletados somente por estas estações não podem ser considerados válidos, o que torna qualquer divulgação inválida ou equivocada.
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) realiza estudos sobre a expansão da rede de monitoramento da qualidade do ar de São Luís, participando de grupos técnicos junto a outros estados da federação e do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, além de dialogar com seu corpo técnico para definir a melhor estratégia a ser adotada.
A gestão estadual segue com o compromisso de garantir a qualidade ambiental, realizando o licenciamento ambiental conforme as legislações vigentes, além de atuar efetivamente na fiscalização ambiental do estado.