Abismos no município de Buriticupu, no Maranhão. FOTO: Reprodução Os abismos que aconteceram recentemente no município de Buriticupu, no Maranhão, chamaram atenção do país inteiro e têm gerado problemas para dezenas de famílias que residem no local, inclusive mortes.
Para falar sobre esse assunto, o Jornal Tambor desta segunda-feira (03/04), ouviu o historiador e geógrafo Marcelino Farias, professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
(Veja, ao final deste texto, a edição do Jornal Tambor com a entrevista de Marcelino Farias)
Além do fenômeno geológico chamado de voçoroca, que acontece em áreas onde a vegetação é escassa e não protege o solo, o geógrafo disse que, em Buriticupu, existe um outro fator que potencializa o surgimento desses abismos – a presença violenta do agronegócio.
Segundo Marcelino, a geologia da cidade favorece o aparecimento de processos erosivos, algo “natural” da região. No entanto, esse processo se intensificou por conta da “ação humana”. Ele explicou que o desmatamento contribui para que isso ocorra na cidade.
“Do lado da cidade que houve um desmatamento severo, principalmente, pela pecuária, pela agricultura e, atualmente, por conta da urbanização, nós temos processos erosivos bastante intensos.
Do lado oposto, com uma condição natural de vegetação nativa, esses processos não aparecem”, ressaltou o geógrafo.
Marcelino lembrou que os episódios se repetem em outras cidades que possuem “processos erosivos similares” ao de Buriticupu, como Brejo de Areia, Marajá do Sena, Altamira do Maranhão e Bom Jesus da Selva.
Nas últimas décadas, várias pessoas perderam suas casas devido a esse problema em Buriticupu. O geógrafo afirmou que é necessário que o poder público municipal invista em um processo de “estabilização” das voçorocas, e que haja um “controle” adequado para conter o avanço de erosões na área.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Marcelino Farias)