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Barreirinhas ameaçada pelo agronegócio

Uma das nascentes do rio Jacu, afluente do Preguiças, afetadas | Foto: Reprodução/ Ed Wilson Araújo

Comunidades do município maranhense de Barreirinhas, denunciam que estão sofrendo com a grilagem e a degradação ambiental. Os relatos é de que o agronegócio seria o grande responsável pela situação.

É importante evidenciar que a região é uma das que compõem o Parque Nacional dos Lençois Maranhenses. Reconhecido recentemente como Patrimônio Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

De acordo com os moradores, a situação denunciada se agrava a cada ano. Eles temem a chegada dos fazendeiros que afirmam serem donos dos territórios. São diversas comunidades impactadas.

O Jornal Tambor de terça-feira (27/08) tratou do assunto. Entrevistamos James Barros e Jonathan Barros.

James é radialista e liderança comunitária. Jonathan é trabalhador rural, morador do Povoado Tabocas, uma das comunidades que traz a denúncia.

(Veja, ao final deste texto, o Jornal Tambor com a íntegra da entrevista de James Barros e Jonathan Barros.)

Os entrevistados destacaram que a situação se arrasta por anos, devido a demora da titulação das terras. Tanto no Povoado Tabocas, quanto nos outros povoados ameaçados pelo agronegócio.

Jonathan afirmou que as comunidades tentam resistir quanto a monocultura da soja e do eucalipto. Apesar das tentativas dos fazendeiros na região, com a devastação da mata nativa.

No entanto, os entrevistados relatam, que no Povoado Mendes, por exemplo, já há plantações de eucalipto.

Povoado Mendes com plantações de eucaliptos | Foto: Reprodução/ Ed Wilson Araújo

O agricultor também esclareceu que há leis municipais, como a Lei nº 420/1998 e a Lei nº 528/2005, que proíbem a monocultura assim como “(…) outro tipo de reflorestamento que venha danificar o meio ambiente, em toda a área territorial do município de Barreirinhas” (texto referente a legislação 420/1998).

Além destas, agora também há Lei Estadual de Proteção Ambiental da região dos Lençois Maranhenses (Lei n° 434/2023).

“Foram pensandas para preservar o que temos de maior riqueza que são os rios, os riachos. Mas ainda assim eles (os fazendeiros) vêm tentando entrar a todo custo”, denunciou.

Leia também: Indígenas Akroá Gamella estão adoecendo devido lixão em seu território

O morador do Povoado Tabocas destaca que a maior fonte de renda do município é o turismo, a agricultura familiar e a pesca.

James enfatizou como o poder público não tem feito seu papel para impedir esse tipo de atividade. Ele destacou a lentidão dos processos de titulação de terras, que cessaria esse tipo de conflito e invasões. Já se arrastam há mais de 16 anos, referindo-se ao Povoado de Tabocas.

“A importância da união das comunidades, das instituições é muito forte. Isso se chama resistência! E nós não vamos desistir”, enfatizou o radialista.

O outro lado

A Agência Tambor entrou em contato com o governo do Maranhão para saber o posicionamento diante às denúncias das comunidades de Barreirinhas. Assim que nos responderem essa matéria será atualizada.

(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de James Barros e Jonathan Barros)

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