As graves ameaças que hoje pairam sobre São Luís – por conta de empresários da indústria pesada e da construção civil que desejam se apoderar do Plano Diretor da capital do Estado e dos demais municípios da Ilha – foram tratadas hoje (23), no Jornal Tambor, por uma figura importante, na atual conjuntura política do Maranhão.
A agricultora familiar Angela Silva, presidenta da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultoras e Agricultores Familiares do Maranhão, foi a entrevistada do Jornal Tambor e, ao falar sobre “os desafios sociais e políticos do Maranhão”, citou a importância de impedir que a Ilha passe por mais e mais devastação ambiental.
(Veja, ao final desse texto, a edição completa do Jornal Tambor, com a entrevista de Angela)
No caso de São Luís, a dirigente sindical falou da necessidade de ouvir a sociedade e citou o advogado Guilherme Zagallo, referência da luta socioambiental, Relator Nacional de Direitos Humanos da plataforma Dhesca e integrante do Movimento de Defesa da Ilha.
Zagallo tem denunciado insistentemente as aberrações do projeto de Plano Diretor apresentado pela gestão de Edivaldo Holanda Júnior, citando os atuais níveis de poluição de São Luís, bem acima do que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde.
Existe também uma necessidade de preservar a Zona Rural de São Luís, por três diferentes motivos: (1) absoluto respeito as diversas comunidades que vivem na região; garantir as área de recarga de água que abaste parte significativa da população de São Luís e, também, por conta da segurança alimentar, já que muitos alimentos são oriundos da Zona Rural.
Em sua fala, Angela enfatizou a ameaça que hoje paira sobre a ilha de São Luís, por conta de empresários da indústria pesada e da construção civil, que sonham em encher os municípios da Ilha com mais e mais prédios, cada vez mais altos e sem que tenha água potável disponível, drenagem, esgoto e a mínima infraestrutura para mobilidade urbana.
O processo de devastação do meio ambiente de São Luís é uma questão de forte impacto na economia da cultura ou na economia criativa do município. Como se pode, por exemplo, pensar em turismo em uma Ilha onde as praias são impróprias para o banho e o pescado comprometido por diferentes formas de poluição?
Além dessa grave questão ambiental de São Luís, Angela falou sobre os outros diferentes problemas ambientais no estado, sobre a pobreza no Maranhão, da necessidade de uma união de forças para barrar a enorme violência vinda da mineração e do agronegócio, tratou do aumento da violência no campo e sobre a conjuntura política e eleitoral do Maranhão.
(Veja abaixo, o Jornal Tambor, com a entrevista de Angela Silva). 👇🏾👇🏿👇