Da Agência Tambor
Por Danielle Louise
26/05/2020
Em entrevista ao Radiojornal Tambor, nesta segunda-feira (26), o historiador e professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Wagner Cabral, avaliou os desdobramentos políticos com a divulgação do vídeo da reunião ministerial de Jair Bolsonaro e integrantes do governo federal.
De acordo com ele, o conteúdo do encontro se tornou uma peça de propaganda para os seguidores do presidente da República. Por outro lado, é possível analisar que o objeto do debate, entre os membros do governo, certifica que Bolsonaro vive uma lógica de guerra total e permanente.
“Bolsonaro só sobrevive da guerra, porque ele sempre cria um adversário. Esse inimigo em 2018 foi Lula e o PT. É uma guerra econômica, social, psicológica e política”, explicou.
Ele também esclareceu que criar um inimigo significa que a cada momento o bolsonarismo gera tensão nas instituições, caminhando, assim, para se tornar um governo autocrático.
O historiador avaliou que a pretensão do chefe do Poder Executivo é de um autogolpe, que ele ainda não deu porque não tem meios para fazê-lo. E, ao mesmo tempo, o presidente da República tem se isolado cada vez mais politicamente.
Por sua vez, a pandemia da Covid-19, explicou o professor, demonstrou que o projeto do governo federal é genocida. E essa pulsão de morte do bolsonarismo gerou até o afastamento de muitos setores que o apoiaram nas eleições de 2018.
“A política de Bolsonaro é assumidamente genocida”, observou ele.
Mas Wagner Cabral também afirmou que, ainda assim, os apoiadores de Jair Bolsonaro o continuarão seguindo, porque se identificam com a figura autoritária do presidente.
“A turma da extrema-direita não vai deixar de ser bolsonarista. Não vai acontecer nada, eventualmente, que os façam mudar de ideia.”, apontou o historiador.
Para ouvir a entrevista completa confira nosso TamborCast.